Depois de um longo e intenso período de estiagem, pelo menos 10 cidades mato-grossenses podem ter problemas com as chuvas. O alerta é da Defesa Civil, que teme a ocorrência de desastres nos municípios que estão no entorno dos rios Cuiabá e Araguaia.
Na lista estão Cuiabá, Santo Antônio do Leverger, Cáceres, Poconé, Acorizal, Barão de Melgaço, São Félix do Araguaia, Barra do Bugres, Barra do Garças, Tangará da Serra e Rondonópolis. A maioria deles teve alagamentos e enxurradas no último período chuvoso.
Segundo o superintendente da Defesa Civil, major Agnaldo Pereira, as prefeituras já foram convocadas para mapear as áreas de risco nestes municípios e, assim, definir medidas preventivas.
Em Cuiabá, conforme divulgado recentemente por A Gazeta, somente no Córrego Gumitá, a estimativa é que haja 400 famílias em ambas as margens, e que podem ser afetadas com as chuvas. No início do ano, pelo menos 5 bairros foram atingidos por alagamentos. "Nós não podemos tirar essas pessoas desses locais, mas podemos tomar outras medidas para evitar desastres".
Um dos principais problemas é o acúmulo de lixo nos córregos. Um estudo realizado pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) apontou que, no período de seca, 846 toneladas de lixo são jogadas nestes locais. Com a queda das primeiras chuvas, parte vai para os rios e o restante fica acumulado nos canais, trancando a passagem da água. "Já alertamos muitas prefeituras para que façam a limpeza destes locais. Agora esperamos que elas cumpram seu papel".
A Casa Militar conta com um período de 2 meses para preparar as cidades, já que a previsão do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é que as chuvas caiam com maior intensidade a partir de dezembro.
Somente a região Norte terá um período chuvoso mais agressivo. "A previsão é que chova 800 milímetros naquela região, bem acima do normal que vai até 300 milímetros. Agora, se estas chuvas caírem nas cidades e elas não fizerem um trabalho de prevenção antes, podem sofrer prejuízos".
Ações – A Casa Militar está convocando todas as secretarias estaduais para definirem as estratégias de ação caso alguma cidade seja afetada. O coronel Antônio Moraes ressaltou que o governo não pode deixar para se mobilizar somente quando algum município tiver uma enchente. "Se tivermos algum problema, a Secretaria de Educação precisa saber qual escola pode receber os desabrigados ou famílias que estão em áreas de risco. Se precisarmos de maquinários, a Secretaria de Infraestrutura precisa saber onde buscar".
Voluntários – A Defesa Civil também convoca voluntários para que deixem seus nomes e, em casos de desastres, possam auxiliar nos serviços de apoio às famílias. Hoje, 80 estão cadastrados. "Já estamos convocando estas pessoas que temos no cadastro para que fiquem atentas, pois se ocorrer algum problema, podemos chamá-las. Porém, cada um tem uma disponibilidade. Então, quanto mais pessoas tivermos, melhor".
Qualquer pessoa pode ser voluntária e colaborar. Para isso precisa deixar o nome na Defesa Civil. Existem muitas formas de contribuir, seja na separação de alimentos e roupas, assistência médica, entre tantas outras.