A comarca de Nova Mutum tem, desde sexta-feira, apenas um juiz para sentenciar mais de 9 mil processos em andamento. Gabriel da Silveira Matos, titular da primeira vara, que estava no município desde a inauguração do fórum, em dezembro de 2004, foi designado para as comarcas de Cotriguaçú e Colniza. Ele era responsável também por processos civis e criminais, além de ser juiz da infância e juventude e do juizado especial.
Enquanto o Tribunal de Justiça de Mato Grosso não designar um magistrado em substituição, já que a carência de juízes no Estado é grande, os trabalhos serão coordenados apenas pelo juiz João Thiago de França Guerra, titular da 2ª vara e atual diretor do Fórum. João Thiago está no município desde o dia 01 de julho.
De acordo com João Thiago, estudos da Organização das Nações Unidas – ONU mostram que a quantidade ideal de processos para que um magistrado possa realizar um trabalho satisfatório, varia entre 2 mil e 2,5 mil. "Em Nova Mutum, antes da saída do juiz Gabriel, já estávamos com 4,5 mil processo cada um. Agora estarei jurisdicionando 9 mil sozinho, ou seja, um volume sobre humano", falou.
João Thiago destacou que o compromisso do TJ é mandar outro juiz para a comarca, mas que não existe um prazo definido para isso. "Em Mato Grosso, há um carência de aproximadamente 70 juízes. Uma designação pode significar que outra comarca fique desguarnecida", explicou. Quando atuava em Lucas do Rio Verde, João e mais três juízes, trabalhavam com 11 mil processos, ou seja, 2.750 cada um.
Na sexta-feira à tarde, autoridades municipais, funcionários da comarca e amigos do juiz Gabriel da Silveira Matos, reuniram-se na sede da comarca para uma solenidade de despedida. Em suas palavras o magistrado mostrou-se agradecido e lisonjeado. "Procurei fazer um bom trabalho enquanto à frente desta comarca. O juiz João Thiago, que aqui permanece, é uma pessoa muito perspicaz e sábia, com certeza, Nova Mutum continuará sendo muito bem atendida", falou.