Está marcado para o próximo dia 8 de setembro, o julgamento do ex-cabo da Polícia Militar Hércules de Araújo Agostinho. Ele vai responder pelas mortes dos irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, o Zezeca. Os crimes estariam ligados a litígios envolvendo venda de terras. O Cabo Hércules, segundo consta nos autos, teria sido um dos pistoleiros contratados para dar fim à vida dos irmãos. Brandão Filho foi assassinado no dia 10 de agosto de 1999 e o seu irmão Zezeca foi executado friamente no dia 28 de dezembro de 2000.
As mortes dos Irmãos Araújo, pelo que consta no inquérito, foram motivadas por desentendimentos envolvendo a venda de uma área de terra (Fazenda Três Irmãos), de propriedade de José Carlos Machado Araújo, negociada em 1988. A pessoa com quem a vítima fez o negócio é apontada nos autos da ação penal, que o Ministério Público move contra o acusado Hércules de Araújo Agostinho, como suposta mandante do crime. De acordo com a família das vítimas, passados mais de 20 anos, a negociação [pagamento] da área, ainda não foi concretizada e o processo se arrasta na justiça do estado.
Brandão Araújo Filho foi executado a tiros quando se encontrava no interior de um veículo Fiat Uno, estacionado na rua Arnaldo Estevão, no centro da cidade. Conforme as testemunhas da época, um indivíduo utilizando uma motocicleta vermelha e usando capacete na cabeça, teria se aproximado do veículo parado e efetuado vários tiros contra o empresário, que teve morte no local. Um ano e quatro meses depois, José Carlos Machado Araújo (Zezeca), também foi morto a tiros, quando se encontrava no estacionamento de um estabelecimento bancário, localizado na avenida Marechal Dutra, no centro de Rondonópolis. As investigações da polícia acabaram chegando aos nomes dos ex-policiais Hércules de Araújo Agostinho (ex-cabo) e Célio Alves de Souza (ex soldado) e também aos supostos mandantes dos crimes.
Uma das provas carreadas pela polícia e que supostamente incriminam os mandantes seria a documentação do ato de transferência de um veículo Gol que teria sido dado como forma de pagamento pelos crimes ao ex-cabo e ao ex-soldado.
O processo que conta com mais de 3 mil páginas, aponta ainda os nomes de um advogado da cidade, da filha do empresário suspeito de ter encomendado os crimes e mais um quarto indivíduo. Por conta de recursos impetrados na Justiça, os processos foram desmembrados e apenas Hércules Agostinho vai a julgamento em setembro. Os demais envolvidos deverão ser submetidos a julgamento em data ainda a ser definida. Segundo informações, o ex-cabo se encontra recolhido no presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).