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Nortão: protesto de índios dura 14 dias e frigorífico aponta prejuízos

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Lideranças indígenas de 7 etnias de Mato Grosso mantém paralisada, há 14 dias, a travessia de balsa entre São José do Xingu (1,2 mil km a nordeste de Cuiabá) impedindo acesso a municípios no Norte, como Marcelândia e Matupá (200 km de Sinop) e a MT-322 (antiga BR-080) obrigando pecuaristas, fazendeiros, empresários e moradores da região a usarem rota alternativa. O protesto é sobre a falta de informação, a ser repassada aos índios, sobre a área de alagamento da represa e a forma que vai acontecer, quando for construída a Usina de Belo Monte, em Altamira (PA).

Um frigorífico, por exemplo, aponta que o manifesto dos indígenas está causando prejuízos, principalmente para o setor industrial de carne, pois o gado que está do outro lado do rio é transportado por uma rota alternativa de mais de 1.200 km.

Conforme informou ao Só Notícias, o gerente de compras de um frigorífico em Matupá, Natalino Sanchez Filho, são mais de mil cabeças de boi compradas, a espera do transporte. “Temos o tickets para passagem na balsa comprados e não podemos passar a matéria prima para o frigorífico. Chegamos a diminuir o abate por alguns dias, mas agora estamos comprando gado em outras regiões do lado de cá do rio, devido a este transtorno”, disse.

Só Notícias apurou junto ao chefe substituto da FUNAI em Colíder, Sebastião Martins, que o movimento não tem prazo para terminar e, segundo ele, representantes do governo do estado sinalizaram que iriam conversar com os líderes do movimento.

Esta semana, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, em entrevista a Agência Brasil, criticou alguns “movimentos” que “fazem uma ação quase de terrorismo” com as comunidades indígenas. “Os índios não têm muita informação e acabam atemorizados, quando na realidade todas as exigências feitas pela Agência Nacional de Águas e pelo Ibama são no sentido de manter, na região da Volta Grande do Xingu, as condições de nível, fluxo e vazão de água que sejam condizentes com a navegabilidade do rio, com a pesca e com as condições de vida que as populações ribeirinhas têm”.

Conforme o Só Notícias já informou, Belo Monte é o maior empreendimento energético do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Entre as condicionantes para as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, estão os investimentos em infraestrutura para as populações que serão realocadas. Estão previstos R$ 3,3 bilhões para tratamento de água e esgotos, estradas e habitação.

 

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