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Pistoleiro de Arcanjo nega ter matado fiscal em Mato Grosso

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Magro e com aparência pálida, o ex-policial Hércules de Araújo Agostinho foi ouvido ontem, durante quase uma hora, no processo em que é acusado de matar o ex-agente de Fiscalização da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), José Gervásio da Silva Júnior, conhecido como "Juquinha", em setembro de 1999. Ele negou as acusações, contradizendo o próprio depoimento assinado em 2003, na sede do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). No documento, lido na audiência, Hércules deu detalhes e até citou valores pagos sobre a encomenda do crime. Por não constar registro de nenhum advogado no momento desse testemunho, a defesa do outro réu, Milton Pinheiro da Silva, vai solicitar a exclusão dessas provas dos autos.

"Os réus provavelmente serão levados a júri popular. Entretanto, se essa decisão se basear no documento do Gaeco, vamos recorrer até última instância, uma vez que o depoimento de Hércules foi tomado somente pelo Ministério Público Estadual, que é o autor da ação", afirmou o defensor público Alex Campos Martins, que defende Milton.

De acordo com a denúncia do MP, Hércules foi contratado a mando de Francisca, esposa da vítima, e do seu ex-amante, Claudecir da Silva Aires, morto cerca de dois meses depois de Gervásio. O responsável pelo intermédio entre mandantes e o ex-PM seria o inspetor de menores, Milton Pinheiro.

O advogado de Hércules, Jorge Godoy, perguntou ao ex-PM se o advogado constituído na época, Benedito Jacob, esteve presente em algum depoimento. Hércules disse que não. "Sobre essa história, o que está escrito aí não é verdade. Falei o que eles queriam ouvir, caso contrário, afirmaram que mandariam para Presidente Bernardes (presídio de segurança máxima)", afirmou o ex-policial.

Hércules alegou que inventou a história para incriminar outro policial militar, Edmilson Pereira da Silva, que praticava extorsões com ele e o inspetor Milton. "Fiquei sabendo que ele teria falado que eu cometi esse crime, sendo que foi ele quem me falou que tinha executado o Juquinha. Claro que não acreditei, mas repassei ao Gaeco". Depois, Hércules disse que ele havia prestado depoimento antes de Edmilson na época. Edmilson afirmou que Hércules quis acusá-lo por achar que ele teria entregado o esconderijo do ex-PM, quando ele fugiu em 2003.

 

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