Mato Grosso está entre os 5 estados em que a fronteira é utilizada por organizações criminosas para o tráfico de armamento pesado, segundo informações do secretário de Segurança Nacional, Ricardo Balestreri, especialista na área de Direitos Humanos e que atua há 22 anos na área de Segurança Pública no Brasil. O secretário esteve em Cuiabá por ocasião das comemorações dos 44 anos da Casa Militar do Governo do Estado. Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraná e Rio Grande do Sul são as outras portas de entrada principalmente de fuzis, segundo Balestreri. Ele não soube mensurar a quantidade de armamento, mas ressaltou que Mato Grosso tem a maior faixa de fronteira seca. Dos cerca de 35 mil quilômetros em todo país, 720 quilômetros referem-se à área fronteiriça do Estado.
Por conta disso, o Governo Federal vai implantar, a partir deste ano, a Polícia Especializada em Fronteira (Pefron), que atuará nas regiões de divisa e nos rios e mares do país. "Temos o Exército e a Marinha nessas regiões, mas não é o papel deles fazer o policiamento. É claro que podem ajudar, mas sua função é apenas resguardar o território nacional". Para isso foram adquiridos 23 helicópteros e aeronaves, num investimento total de R$ 123 milhões.
Segundo Balestreri, essa política de investimento é um dos pilares para a redução da criminalidade do país. "O armamento pesado, particularmente os fuzis, é que fomenta o crime, por que não se tem uma organização criminosa à base apenas de revólveres e pistolas". O fuzil, segundo ele, é considerada uma arma de longo alcance. Seu tiro pode percorrer uma distância de até 4 quilômetros. "Isso vai impactar na criminalidade em geral e principalmente no tráfico de drogas".