O desmatamento da Amazônia Legal em Mato Grosso apresentou queda de 35% no acumulado de agosto de 2009 e janeiro de 2010, comparado a agosto de 2008 e janeiro de 2009. As informações do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostram que a área derrubada caiu de 198 para 129 quilômetros quadrados. Essa realidade, porém, não foi verificada em todos os estados, já que teve aumento total de 22% no desmatamento no mesmo período, de 687 para 836 quilômetros quadrados.
Para a pesquisadora e uma das integrantes no trabalho com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, Sanae Hayashi, as quedas em Mato Grosso são por causa das operações do governo federal, como a “Arco de Fogo”, do aumento da fiscalização estadual e da divulgação da lista dos municípios que mais desmatam. Para estes, houve restrições de créditos enquanto apresentavam alto índice.
No comparativo entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010, Mato Grosso divide com Rondônia um aumento da área desmatada (29% cada Estado), mas, segundo a pesquisadora, esse número não é representativo já que nesse mês houve muita incidência de nuvens na região, o que dificulta a análise via satélite. Por causa das nuvens, apenas 50% da Amazônia Legal foi verificada.
O secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Salatiel Alves de Araújo, afirmou que os produtores estão verificando que a floresta em pé tem mais valor que derrubada, mas isso será melhor mostrado a médio e longo prazo.
Araújo lembrou que a queda não ocorreu apenas no corte raso. A chamada “degradação progressiva” (retirada de madeira aos poucos) também apresentou redução. De setembro de 2009 a janeiro de 2010 houve queda de 45% comparado a setembro de 2008 e janeiro de 2009, de 345,5 para 189 quilômetros quadrados. “Isso mostra que as pessoas não querem enganar o satélite, não estão entrando na floresta para tirar madeira enquanto tem a cobertura das árvores maiores”.