O secretário-adjunto de Qualidade Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Salatiel Araujo, avaliou que, se Mato Grosso mantiver a tendência de desflorestamento alcançada nos últimos cinco meses de 2009, poderá atingir de janeiro a julho de 2010 um novo recorde, chegando a quase 50% a menos de áreas desmatadas. Segundo os dados divulgados esta semana (02.02) pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos meses de outubro e novembro de 2009, o desmatamento na Floresta Amazônica foi de 247,6 quilômetros quadrados, número 72,5% menor que o registrado em igual período do ano anterior (896 quilômetros quadrados). Já no quadrimestre agosto a novembro, o desmatamento da Amazônia caiu de 2.238 quilômetros quadrados, em 2008, para 1.144 quilômetros quadrados em 2009, uma redução de 49%.
Nos meses de agosto e novembro, a cobertura de nuvens na região foi de 17%, ou 14% menor do que os 31% registrados em 2008, permitindo maior visibilidade na observação dos satélites, o que segundo o secretário-adjunto faz com que os números apresentados em relação a Mato Grosso sejam bastante confiáveis. "Ao contrário dos demais estados, Mato Grosso apresentou nesses meses pouca cobertura de nuvens".
O Pará liderou o ranking, com 108 quilômetros quadrados desmatados em outubro e novembro, mas com índice 60% abaixo do mesmo período do ano anterior. Em Mato Grosso, segundo colocado, foram devastados 50 quilômetros quadrados de floresta, mas o índice também caiu significativamente. O destaque negativo ficou por conta do Amazonas. Apesar de ostentar a menor taxa da região, o Estado registrou crescimento de mais de 200% no desmatamento nos meses de outubro e novembro.
Comparando-se outubro a novembro do ano passado, em Mato Grosso, a queda foi de 79,97% confirmando a tendência de diminuição da área desmatada no Estado em relação a 2008.
No acumulado do período que vai de agosto de 2009 a julho de 2010, nos meses de agosto a novembro (do ano passado) o desflorestamento atingiu 289, 4 quilômetros quadrados enquanto que no mesmo período em 2008 os satélites registraram 718 quilômetros quadrados. Uma queda de 59,69% de um ano para outro. Com base nesses números e extrapolando para os próximos meses (janeiro a julho de 2010) é que o secretário adjunto prevê até julho, uma média de 694,56 quilômetros de desmatamento (do tipo corte raso e degradação progressiva), bem abaixo dos 1.047 quilômetros registrados no último período.