O médico que atendeu, no PA, Juliano Ferreira da Cruz, 21 anos, morto em decorrência de um suposto espancamento por policiais militares, não compareceu ontem ao Comando de Policiamento da Área de Sinop para prestar depoimento. A informação é do responsável pelo inquérito, capitão Fábio Mota. Uma nova data será marcada. Ontem foi ouvida outra testemunha, mas não foi informado o que declarou. Como tem sido desde o início do processo, um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanhou a oitiva. O capitão explicou que o médico deve ser um dos últimos a depor e informar o estado de saúde que Juliano chegou no Pronto Atendimento. “A partir desses indícios teremos como identificar o que aconteceu”, salientou.
Na sexta-feira (29), foram ouvidas testemunhas de defesa e acusação. De acordo com Mota, todos que depuseram reafirmaram o que já haviam dito na Polícia Civil. No entanto, o teor das declarações não foi revelado. A rodada de oitivas começou no último dia 18, quando foram ouvidos o 2º tenente da PM Efraim Augusto Gonçalves e os soldados Sílvio Augusto Carvalho Carneiro e Wilson Egues dos Santos, responsáveis pela abordagem de Juliano e acusados pela família pelo espancamento. Eles teriam reafirmado o que haviam dito em depoimento à Polícia Judiciária Civil, quando relataram que Juliano, mesmo algemado, tentou fugir por um lago, onde teria quase se afogado. Os PMs apontaram que tiraram o rapaz da água e realizaram massagem cardiorespiratória.
Conforme Só Notícias já informou, o tenente e os soldados acusados estão temporariamente afastados das atividades externas desde o dia 7 deste mês. Eles estão desempenhando serviços internos, por tempo indeterminado. O inquérito tem prazo inicial para ser concluído até 18 de fevereiro, quando fecham os 40 dias. No entanto, após esse período, a data pode ser estendida por mais 20 dias.
Ano passado, um pedreiro havia sido espancado por soldado da PM, dentro da delegacia municipal, e acabou falecendo. O acusado ainda não foi a júri popular.