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Cuiabá: ex-escrevente depõe em júri do acusado de mandar matar juiz e fala em dossiê

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A ex-escrevente Beatriz Árias depôs hoje, no primeiro dia do júri popular do empresário Josino Guimarães, acusado de ser o mandante do assassinato do juiz Leopoldino do Amaral. Ela denunciou que teria sofrido assédio sexual do juiz quando entrou no fórum. Alega ter namorado e noivado com Leopoldino, mas terminou o relacionamento porque foi ameaçada pela ex-esposa do magistrado. Ela diz que o juiz teria inclusive pago pensão a uma de suas filhas mencionado ter uma herdeira do magistrado. O depoimento dela foi marcada por contradições e inrformações desconexas. Ela disse ter um dossiê contra os magistrados de Mato Grosso e não o apresenta porque isso é o que a mantém viva até hoje. O advogado Joao Cunha, que defende Josino Pereira Guimarães chamou Beatriz de mentirosa.

A sessão foi suspensa por volta das 20:45h. Nesta quarta-feira será retomada.

Pouco antes de Beatriz, prestou depoimento por vídeo conferência o ex-magistrado José Palmeira. Ele voltou afirmar que  foi procurado por um advogado que teria comentado sobre a encomenda de sua morte, assim como ocorreu com Leopoldino. Cita dois ex-desembargadores como participantes de uma reunião na casa de Josino, onde o assassinato de Leopoldino foi encomendado.

O agente federal Alexandre Bustamante também depôs. Ele comentou a conversa que teve com o sargento Jesus, em que ele afirma ter sido procurado por Josino para que “desse um jeito” em Leopoldino, que fazia denunciava membros da Justica de Mato Grosso e o lobista. O depoimento do agente federal encerrou há pouco.

O irmão de Beatriz Arias, Joamildo Barbosa depôes esta tarde. O advogado de defesa João Cunha lembra que Joamildo é irmão de Beatriz Arias e entende que a testemunha deve ser ouvida apenas como informante, sem o compromisso de dizer a verdade. Nesta situação, os jurados ficam livres para acatar o que entenderem necessário. Joamildo revelou que foi procurado, há 4 meses, pela esposa de um homem conhecido como João Leite, que está preso com Josino. Ele disse que a mulher ofereceu R$ 1 milhão para que a Beatriz Arias não falasse nada que vinculasse o nome de Josino a morte de Leopoldino.

Joamildo admitiu ser amigo da irmã Beatriz Arias e ter sido procurado pelo delegado João Bosco, em 2000. Ele acusou o delegado de ter oferecido R$ 300 mil para ele e Beatriz com a condição que a mulher não vinculasse o nome de Josino ao assassinato de Leopoldino. Disse ter recusado a proposta porque a irmã contou aos agentes federais a situação e passou a ser monitorado.

O primeiro a depor foi o diretor do Instituto Médico Legal, Jorge Caramuru. Ele está, neste momento, respondendo perguntas do juiz e promotoria. Ele detalhou que foram feitos exames da arcada dentária sendo o magistrado considerado “pericialmente” morto.

Está nas mãos de 4 homens e 3 mulheres o destino do empresário. Eles foram escolhidos dentre os 19 jurados que foram convocados.  Estão presentes como testemunhas de acusação Beatriz Árias Paniaguá, ex-escrevente do Fórum de Cuiabá, Joamildo Aparecido Barbosa, irmão de Beatriz, Alexandre Bustamante, secretário adjunto de Segurança Pública, e Jorge Caramuru, diretor do Instituto Médico Legal (IML). Pela defesa, os delegados federais Cláudio Rosa e César Martinez, além do réu. As testemunhas foram colocadas em locais diferentes, fora do plenário, para ficarem incomunicáveis.

Das 9 testemunhas, ao menos 5 estão no local, sob forte esquema de segurança, com ao menos 20 agentes da Polícia Federal. O advogado de Josino, Waldir Caldas, antecipou que se baseará na tese de que o crime não teve mandante. Para ele, a ex-escrevente Beatriz Árias Paniaguá e seu tio, Marcos Peralta, mataram o juiz sem que houvesse um mandante. “Não negamos o fato de que o juiz tenha morrido, mas sim a participação de Josino no caso”. O defensor alega que o relacionamento do réu com desembargadores e juízes se restringia a negócios de máquinas agrícolas. Josino chegou a ser acusado de intermediar venda de sentenças.

Durante o júri popular, o juiz federal Rafael Vasconcelos Porto indeferiu a maioria dos pedidos da defesa, sobretudo aqueles que pediam o cancelamento do júri e o desaforamento da sessão.

O promotor Douglas Santos de Araújo questionou a tentativa da defesa em cancelar o júri. Para ele, o réu aguardou “os 46 minutos do segundo tempo” para pedir isso, uma vez que o homicídio ocorreu há mais de 10 anos. Ele defendeu a atuação a imprensa durante toda a cobertura do caso e adiantou que o Ministério Público Federal (MPF) solicitou a quebra do sigilo do processo e a abertura da audiência ao público. “O papel da imprensa é salutar. Este fato não pode ser julgado de forma sigilosa, principalmente por envolver as pessoas que envolve”. Conforme Araújo, os jurados também têm o direito de saber os detalhes da condenação anterior de Josino. O fato causou um grande bate-boca entre defesa e acusação.

O filho do juiz Leopoldino Marques do Amaral, Leopoldo Augusto Gattass do Amaral, esteve no plenário acompanhando o julgamento Para ele, Josino Pereira Guimarães intermediou a morte de seu pai. Porém, não acredita que o réu irá dizer quem de fato ordenou a execução. 

A previsão é que o júri de Josino dure mais de 3 dias.

(Atualizada às 21:59h)

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