Índios da etnia Enawenê-nawê rejeitaram a proposta da Fundação Nacional do Índio (Funai) de suspender o bloqueio com a cobrança de pedágio na ponte do rio Juruena na MT-170, em Juína. O coordenador regional Antônio Carlos Ferreira de Aquino, disse, ao Só Notícias, que se reuniu com eles, hoje, e falou no fim da mobilização enquanto uma equipe faz o levantamento da situação em que vivem na aldeia.
Os índigenas reclamam, principalmente, da deficiência estrutural para atendimento na área da saúde, como falta de vacinas e medicamentos. “Disseram que se suspenderem o movimento, e a partir do relatório que for montado, não ficar nada definido, não terá valido à pena [a mobilização]. Eles querem juntar dinheiro, formar uma comissão e ir tratar do assunto com a Funai em Brasília”, declarou.
Mesmo sem acordo, o coordenador disse que uma equipe composta por técnico na Funai, representantes das secretarias municipais de Saúde de Juína e Brasnorte, técnico especial para Saúde indígena de Cuiabá e dois representantes da etnia, saíram às 10h, para aldeia. Eles percorrem 60 quilômetros de estrada de terra e depois trafegam por mais de 10 horas de barco para chegarem ao local, onde vivem aproximadamente 600 indígenas, devendo retornar no sábado (19).
O coordenador afirmou que o relatório será encaminhado, inicialmente a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), para que as providências seja tomadas. Ele confirmou que o contrato com uma Organização Não Governamental (ONG), responsável pelo atendimento, terminou no último dia 31, mas refutou que os problemas alegados pelos índios tenham sido desencadeados por isso. “A prefeitura de Brasnorte assumiu o atendimento. Inclusive contratou enfermeiros e ela vai ficar à frente, até 31 de dezembro”, declarou.
Conforme Só Notícias já informou, no pedágio, os índios cobram valores dos motoristas que variam de R$ 30 para motos, R$ 50 para carros e caminhonetes e até R$ 100 de caminhões e ônibus, desde segunda-feira (14).