Será realizada na quarta-feira (16) o júri popular do índio Marvel Tsowoon Xavante em sessão presidida pelo juiz da 5ª Vara Federal, José Pires da Cunha. Ele é acusado de ter assassinado o chefe do posto da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Água Boa, Floriano Márcio Guimarães. O crime ocorreu há dez anos.
Para a defesa, a prisão do índio, ocorrida no início do júri que foi suspenso, dia 19 de outubro, não interferirá no novo julgamento. Novos jurados foram sorteados e o motivo da prisão, uma suposta ameaça feita contra a principal testemunha do caso, não foi provado pelo Ministério Público Federal (MPF).
João Nunes da Cunha Neto afirma que, com a realização do júri, passa a existir a possibilidade de esclarecer as nuances do crime, com um panorama claro do que de fato ocorreu no dia do assassinato. “A única coisa que sabemos é que existiam 3 homens que passaram o dia juntos, estavam embriagados e 1 deles morreu”.
Cunha destaca que com a júri, considerado novo período de instrução do processo, a defesa do índio mostrará o comportamento da vítima durante todo o dia do crime. “Inclusive que ele já tinha sido ameaçado por sua conduta dentro da Funai”.
O crime – Marvel Tsowoon Xavante é acusado de, em setembro de 2001 ter degolado, com 1 canivete, o servidor Floriano Márcio Vieira. Na época, o índio era cacique da aldeia Tritopa.
De acordo com a acusação, Marvel, com outro índio, acompanhava Vieira no trabalho e demarcação de terras indígenas. O servidor foi atacado no município de Nova Nazaré. Ele chegou a ser preso, acusado como autor do crime. Mas, em 2006, foi libertado.