Em apenas quatro anos, Mato Grosso registrou 148.957 casos de dengue. Somente no município de Cuiabá foram notificados mais de 20 mil casos da doença entre os anos de 2007 a agosto de 2011. Com a finalidade de reduzir os índices registrados no Estado e fortalecer as ações de prevenção à dengue, o Ministério Público Estadual (MPE), em parceria com o governo do Estado, Assembleia Legislativa, Poder Judiciário, Tribunal de Contas e Associação dos Municípios (AMM) irão lançar a campanha "Mato Grosso unido contra a dengue", no dia 17 de novembro, em Cuiabá.
De acordo com o promotor de Justiça Alexandre de Matos Guedes, que atua em Cuiabá, a meta é atuar em todos os municípios do Estado na orientação, sensibilização e responsabilização dos agentes, por meio de audiências públicas e campanhas educacionais. "As ações serão promovidas no período de novembro de 2011 a abril de 2012, repetindo-se nos mesmos meses dos anos subsequentes, com o intuito de reduzir em pelo menos, 40% do número de casos de dengue em Mato Grosso", ressaltou.
Segundo ele, as dificuldades relativas para combater a doença inúmeras, já que não existe vacina que possa imunizar a população contra o seus efeitos. "A extensão territorial de Mato Grosso, aliada à disseminação de pequenas localidades urbanas, acarreta a ocorrência de milhares de casos a cada ano. Além disso, o grande desenvolvimento econômico do Estado nas últimas décadas introduziu o crescimento desordenado da população e de seus núcleos urbanos, havendo dificuldades na estruturação de serviços públicos como saúde, coleta de lixo e fornecimento de água", afirmou o promotor.
Ele explicou, ainda, que embora em 2011 o número de casos de dengue tenham diminuído muito em relação à quantidade de casos registrados em 2010, a série histórica relativa ao número de doentes demonstra que existe, ao longo do tempo, uma grande variação de quantidade de pessoas infectadas. "A campanha atuará de preventiva e repressiva, que fiscalizará e punirá os infratores, como por exemplo, proprietários de terrenos baldios que não providenciam a devida urbanização e limpeza".
Para o promotor, a campanha é extremamente necessária, principalmente em virtude da possibilidade de introdução do tipo "4" do vírus da dengue, "que é muito mais danoso à saúde do que os demais tipos já existentes em nosso território. A disseminação dessa modalidade da doença teria funestas consequências, ainda mais diante da precariedade dos serviços públicos de saúde no Estado", ressaltou.