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Parque da Chapada dos Guimarães é inserido no plano de concessões para iniciativa privada

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O parque nacional de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, foi inserido no projeto do governo federal que pretende fazer concessões de unidades de conservação (UCs) federais. O acordo foi firmado hoje (20) entre o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A intenção é divulgar o primeiro edital antes da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em maio do próximo ano.

Também farão parte do "projeto piloto" os parques nacionais de Jericoacoara e de Ubajara (no Ceará) e os parques nacionais de Sete Cidades e da Serra das Confusões (Piauí). Além desses quatro parques nacionais, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo José Fernandes Barreto Mello, acrescenta os parques nacionais de Anavilhanas (AM), Lençóis Maranhenses (MA), Fernando de Noronha (PE); Itatiaia (RJ), e Serra dos Órgãos (RJ).

Segundo Mello, o processo de concessão vai começar pelos parques nacionais por causa do tipo de unidade de conservação e da legislação. "Eles já foram criados com essa perspectiva", explicou ao lembrar do potencial turístico dos parques. Não está descarta a possibilidade das concessões se estenderem às atividades de pesquisa e ao extrativismo.

"Precisamos aumentar o investimento por quilômetro quadrado (km²) protegido", avalia a ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira. A expectativa da ministra é que as concessões dobrem, no primeiro ano, o gasto por quilômetro quadrado, passando da faixa atual de US$ 5 a 6 dólares para mais de US$ 10. O gasto em áreas protegidas na Argentina é de US$ 15 dólares por km²; e nos Estados Unidos, US$ 156 dólares por km².

Izabela Teixeira considera a iniciativa do governo "um golaço" e "extremamente inovadora". A ministra enfatizou que não estava "discutindo privatização", mas um modelo de gestão para as UCs "Nós temos que modernizar", disse antes de garantir que a União continuará dona do patrimônio: "é um ativo da sociedade". O governo não estabeleceu se empresas privadas estrangeiras poderão participar da concessão.

A definição sobre os modelos de negócio (parcerias público-privadas, concessão de serviços, concessão de gestão da unidade a prefeituras e universidades ou gestão por organizações da sociedade civil de interesse público – Oscips, por exemplo) será feita caso a caso por um grupo de trabalho envolvendo os dois ministérios. "Para cada situação, há um remédio", sinalizou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, logo após a assinatura do acordo com Izabela Teixeira.

O Ministério do Turismo também deverá participar das discussões. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) financiará a elaboração dos projetos por meio do Fundo Multilateral de Investimentos.

No caso das parcerias público-privadas, o governo tem feito contratos de prestação de serviços de 5 a 35 anos, em valores não inferiores a R$ 20 milhões. O Parque Nacional de Iguaçu (PR), que tem 0,3% de sua área total concedida (185 mil km²) à iniciativa privada, fatura R$ 120 milhões por ano com turismo.

Há, no Brasil, 310 unidades de conservação (67 parques nacionais), que somam área protegida de 75 milhões km².

 

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