O presidente da Ordem dos Advogados Brasil em Mato Grosso, Cláudio Stábile, afirmou, agora há pouco, em Cuiabá, que enviará ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedido para que o juiz Paulo Martini seja afastado da Comarca de Sinop. “A situação em Sinop está difícil, inclusive por causa da truculência do juiz no trato com os advogados. Me parece que o Tribunal de Justiça já poderia ter afastado esse juiz, mas não o fez. Então vamos cobrar uma solução de instâncias superiores”, afirmou, em entrevista ao Midia News. Stabile acompanhou o início de um protesto, feito pelo agricultor Clayton Arantes, que acusa o magistrado de lhe prejudicar em sentença em ação de disputa de terras em Sinop e chega a falar em “venda de sentenças”.
Arantes colocou uma barraca, com banners, em frente ao Tribunal de Justiça onde está fazendo protesto e greve de fome devido ao resultado da ação judicial. Ele diz que comprou uma fazenda entre os municípios de Sinop e Santa Carmem, em 1998 por R$ 450 mil e que o ex-proprietário entrou na justiça para reaver 968 hectares. “Hoje, a área sob litígio, está avaliada em R$ 18 milhões. O fato é que a máfia comandada pelo juiz Paulo Martini entrou em um esquema e não reconhece o meu direito. Por isso, tive que partir para esse protesto radical para fazer valer meus direitos”, disse, em entrevista.
Integrants do MCCE – Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral- também estiveram, no local, conversando com o produtor.
Outro lado
Procurado por Só Notícias, o juiz Paulo Martini se defendeu das acusações. Afirmou que está tranqüilo quanto seu trabalho e que Claudio Stábile “está me perseguindo, mas isso ai já estou acostumado. Foram várias investidas da OAB e, se for o entendimento do Tribunal ou do CNJ em me tirar, eu saio. Mas estou super tranqüilo”, explicou. “Na hora que estiver formalizado [o pedido de afastamento] vamos ver o que faremos”, afirmou.
Sobre as acusações do produtor Clayton Arantes, ele disse que está fora do caso desde 2003 e que sua sentença foi confirmada pelo Tribunal de Justiça. “Não estou mais nesse processo. Em 2003 dei a setença no processo que foi objeto de vários recursos e ele [Clayton] perdeu em todas as instâncias. Ele responde a vários crimes”.
(Atualizada às 11:28h)