Representantes do Departamento de Trânsito de Infraestrutura de Transporte (Dnit) vão estar, daqui há pouco, reunidos com todos os envolvidos nas obras de duplicação da BR-163, em Sorriso, cuja obra iniciou em 2009 e até agora não tem data para ser concluída. A reunião está prevista para às 14h, no Sindicato Rural.
Em entrevista ao Só Notícias, o proprietário da Predicon, Delmar Salton, empresa responsável pelas obras de duplicação da rodovia federal, afirmou que "se eu soubesse que a obra demoraria tanto, eu nem teria concorrido à licitação". Ele diz que não se arrepende em ter assumido a construção, mas que se sente injustiçado por tantas acusações. Salton joga a culpa no governo federal e na prefeitura de Sorriso pela demora na conclusão da duplicação de 28 quilômetros da rodovia federal que passa pela cidade.
A licitação da obra ocorreu em 2007, onde quatro delas concorreram na modalidade de menor preço. A Predicon apresentou um orçamento de R$ 29,6 milhões e levou. Porém a obra iniciou somente em maio de 2009, porque, segundo o proprietário da empresa, a União, por meio do Dnit, só depositou a primeira parte do dinheiro dois anos depois da licitação.
Antes de enviar parte do recurso, em 2008, a obra entrou para o "pacote" do Plano de Aceleração e Crescimento (PAC), onde o projeto sofreu algumas alterações, como por exemplo a inclusão do segundo viaduto, que fica na saída de Sorriso, em direção a Sinop. "Nós fomos trabalhando, e conforme iríamos cumprindo o plano de trabalho, o Dnit ia liberando o dinheiro. Mas outro problema que enfrentamos foi a demora da prefeitura com o Projeto Executivo, que só foi entregue e aprovado pelo órgão de trânsito em 2010.", explicou Salton.
O secretário de Obras, Emiliano Preima, assume que houve atraso na entrega do projeto, mas culpa a administração anterior que não deixou ele pronto. "Já havia um projeto, mas ele não estava adequado, tivemos que fazer tudo de novo". Desde maio de 2010, quando foi assinada a ordem de serviço, o prazo para entregar a obra era de dois anos. "No contrato está 720 dias trabalháveis, então os dias de chuva, quando não conseguimos trabalhar, tiveram que ser descontados".
De acordo com Preima, todas as licitações têm a possibilidade de prorrogar os prazos, o que foi acontecendo com as obras de duplicação em Sorriso. "As chuvas foram um problema, mas os embargos e denuncias foram o que mais atrapalharam a construção da rodovia". Conforme Salton os embargos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que questionou a legalidade da licença ambiental, e outras interdições de diferentes órgãos ambientais, fizeram com que os trabalhos fossem paralisados 60 dias. O responsável pela obra afirma que estas interdições foram determinantes na conclusão da obra.
Até agora, Salton acredita que já gastou cerca de R$ 30 milhões nas obras, cerca de 400 mil a mais que o valor inicial fixado na licitação. Mesmo com o excedente, restam vir da União cerca de R$ 7,5 milhões. "A cada ano existe um reajuste, que é a inflação, e também os aditivos de serviços e reajustamentos em geral", disse o empresário.
Porém, para a pergunta que todos os sorrisenses se fazem ao transitar pela BR-163, Salton não tem resposta. "Não sei quando vai ficar pronto, vai depender do repasse dos recursos". A perspectiva é de que, do trevo da avenida Natalino João Brescansin até a duplicação da rodovia sentido Lucas do Rio Verde fique pronta até final do ano. Resta crer que isso acontecerá.
Mesmo passados quatro anos do início do processo de construção da rodovia, Delmar Salton afirma que a obra não está atrasada. "Sinop começou a obra em 2005, e até agora não acabou. Eu não acho que estamos atrasados". Já o secretário de Obras, tenta amenizar o problema afirmando que a duplicação em Sorriso, depois de pronta, vai ser uma das melhores e mais seguras do Estado.