Mais um juiz em Mato Grosso procurou a Associação Mato-grossense dos Magistrados (Amam) para denunciar supostas ameaças de morte praticadas por telefone. Apesar da denúncia ter chegado ao conhecimento do órgão na segunda quinzena de julho, não consta nos dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que divulgou na última sexta-feira, que 6 magistrados do Estado estariam “marcados para morrer”. Conforme o presidente da Amam, Agamenon Alcântara Moreno Júnior, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso e a Secretaria de Segurança Pública do Estado já foram acionados para tomar providências.
O teor da “conversa” dita ao telefone residencial do magistrado, informava que se o resultado de uma sentença não fosse favorável a alguém, o juiz poderia morrer. Agamenon explica que as ameaças foram feitas a uma funcionária da casa do magistrado, mas já estão sendo rastreadas e investigadas. De acordo com o juiz ameaçado, seriam relativas a um processo envolvendo cartas de precatórios. “A decisão veio de outro estado apenas para o magistrado mandar cumprir, pois nesse caso, não cabe a ele decidir nada”, conta Agamenon ao acrescentar que deve ter partido de alguém que não entende do assunto e acredita que o juiz tem algum poder de decisão nesse caso.
Explica ainda que o magistrado é de uma cidade do interior, mas que por precaução, não é viável divulgar o nome. “Na maioria das comarcas do interior, apenas um juiz que responde, assim, falar o nome da cidade, é como se estivesse passando os dados completos do magistrado”, afirma.
Com esta denúncia, sobe para 7 juízes ameaçados em Mato Grosso, ao passo que apenas um deles, possui escolta armada. Os dados do CNJ revelam que além de grave, o problema enfrentado pelos servidores no exercício de suas funções, atinge todo o país, onde cerca de 100 magistrados vivem em situação de risco à integridade física. A tônica para o assunto é a execução da juíza Patrícia Acioli, morta com 21 tiros na semana passada, em Niterói, Rio de Janeiro.