Após a exoneração do ex-subchefe regional do Incra em Diamantino, Lionor da Silva Santos, o “Brito”, a presidente da Associação Pós Terra em Sorriso, Dinéia de Souza Costa, disse, em entrevista ao Só Notícias, que o servidor está sendo culpado injustamente. Ela, que também aparece na reportagem do Fantástico, que denunciou a venda de lotes doados pelo Incra, para famílias assentadas, acredita que Brito foi exonerado “porque estaria atrapalhando a continuidade do esquema. Ele [Brito] pode ser o calo no pé de alguém e essas pessoas podem estar querendo tirar ele do instituto para dar continuidade a essas vendas de lotes no assentamento Jonas Pinheiro. Como o Fantástico passa em rede nacional, ele pode ter sido pressionado e exonerado. Nós, assentados, consideramos o Brito patrimônio do Jonas Pinheiro (asssentamento em Sorriso onde ocorreram as irregularidade), porque ele é o único que sabe da necessidade de cada um lá dentro”, disse a assentada.
Dinéia conta ainda que o então subchefe fez um convite para que ela fizesse um levantamento com os nomes e o número de lotes vendidos no Jonas Pinheiro, e, junto com ele, fosse até a sede do instituto, em Diamantino, denunciar o “esquema: ao Incra e também ao Ministério Público. “Eu realmente vi muitas pessoas, inclusive amigos meus, comprando e pagando pelas terras do assentamento a outras pessoas, mas para o Brito nunca. E se pegarem as cartas de ocupação das pessoas que foram beneficiadas, não vão encontrar o nome do Lionor nelas, mas sim de outras pessoas”.
Além da casa destruída no final de 2009, que a Polícia Civil definiu como incêndio criminoso, mostrada pela reportagem da Rede Globo, Dinéia também já teve mais de 100 mil pés de mandioca destruídos pelo fogo, já perdeu um investimento de R$ 15 mil devido o envenenamento de porcos, mais de 2,6 mil galinhas poedeiras que também foram mortas após um envenenamento. Além disto, a assentada já passou um dia internada no hospital depois que colocaram veneno no reservatório de água, instalado na residência no assentamento. “Nunca tive medo, sempre denunciei este esquema na mídia. Eu sei que minha vida corre risco, mas não posso ser conivente com esta irregularidade. Eles querem que eu saia do assentamento porque eu atrapalho as vendas dos lotes ou a minha área é muito valorizada”.