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A Gazeta: "Tiro na boca tem assinatura" e "queriam silenciar jornalista"

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O jornal A Gazeta, líder no segmento em Mato Grosso, e onde o jornalista Auro Ida se consolidou como um dos mais brilhantes em Mato Grosso na cobertura política, cobrou, em editorial publicado hoje, que a polícia apure com urgência o crime brutal. E chama a atenção para o seguinte fato: "E se a causa foi amor mal resolvido, por que Auro recebeu um tiro na boca? Todos sabem que tiro na boca tem assinatura. Um recado de que o objetivo não é matar apenas. Queriam silenciar o jornalista, por quê? ", questiona. Ida foi sepultado ontem à tarde, em Cuiabá. Ele foi morto a tiros, em um bairro, quando estava com a namorada e a polícia apura, inicialmente, hipótese de crime passional.

Eis a íntegra do editorial de A Gazeta: 

Auro Ida encontrou a morte precocemente aos 53 anos. Executado à queima-roupa, sem ter a menor chance de esboçar reação, o jornalista foi atingido por 6 tiros, 4 no tórax, 1 na nuca e 1 na boca.

Não bastasse a morte em si que chocou a todos que conviveram com ele e também a sociedade que o conhecia através de suas reportagens, os fatos que envolvem o crime abrem brechas para suposições que precisam ser esclarecidas na maior urgência.

Por que Auro foi morto? Por que uma emboscada? Seria passional, como trabalha a Polícia num primeiro momento? E se a causa foi amor mal resolvido, por que Auro recebeu um tiro na boca? Todos sabem que tiro na boca tem assinatura. Um recado de que o objetivo não é matar apenas. Queriam silenciar o jornalista, por quê?

Tudo pode ser ilações, por isto, amigos, familiares e a sociedade exigem resposta rápida das autoridades policiais. E a cobrança, é importante deixar claro, não surge só porque Auro Ida era um profissional reconhecido e admirado. Elucidar crimes é o mínimo que o poder público deve fazer por um cidadão, seja ele quem for, já que vem fracassando de maneira flagrante e constante no combate à violência.

Auro, o jornalista que fazia notícia, hoje é a notícia. E nós, colegas de profissão, num dia de silêncio desconcertante nas redações de jornais, televisões, rádios e sites de Mato Grosso, cobramos rigorosa investigação do caso e uma reação dos poderes constituídos. A omissão do Estado vem sendo um grande e irresponsável estímulo à banalização da violência.

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