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Ex-PMs serão julgados em julho pela morte de empresário

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Quase 11 anos depois do assassinato do empresário Mauro Sérgio Benedito Manhoso, os ex-policiais militares Hércules Araújo Agostinho e Célio Alves de Souza vão a júri popular pelo crime. O julgamento foi marcado para 29 de junho, às 8h, no Fórum da Capital. A decisão é da juíza Maria Aparecida Ferreira Fago.

O homicídio ocorreu em outubro de 2000. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o mandante é João Arcanjo Ribeiro, que também deve sentar no banco dos réus, mas como recorreu da decisão o processo foi desmembrado e não há previsão para ocorrer.

Considerados braço armado da organização criminosa liderada por Arcanjo, os ex-policiais estão presos atualmente na Penitenciária Federal de Porto Velho. Cada um tem mais de 100 anos de condenações por vários crimes. A transferência deles de Rondônia para Mato Grosso, onde serão julgados, deve mobilizar policiais dos 2 estados.

A denúncia do MP aponta que a morte de Manhoso foi encomendada porque o empresário havia conseguido uma autorização da Polícia Federal para comercializar uma espécie de raspadinha. O lançamento deste modelo de jogo foi entendido por Arcanjo como uma concorrência aos seus negócios.

O assassinato foi no fim da tarde, quando a vítima deixava a empresa Prodados e seguia para a escola onde buscaria as filhas. Manhoso dirigia uma Saveiro e foi surpreendido por Célio e Hércules que chegaram armados em uma motocicleta. Ele estava na rua Desembargador Ferreira Mendes, ao lado de onde funciona a Câmara Municipal de Cuiabá, e foi alvejado por vários tiros, que atingiram cabeça, braços e costa. Inicialmente, o caso foi tratado como latrocínio. Na época, Manhoso detinha 80% do capital da Prodados que, entre outros serviços, fornecia programas de computador para a realização de bingos. A Prodados organizava, inclusive, o bingo beneficente do Hospital do Câncer de Cuiabá.

Manhoso foi uma das várias vítimas do crime organizado em Mato Grosso. De acordo com as denúncias do MP, Hércules e Célio executavam os desafetos de Arcanjo nas ruas de Cuiabá, a qualquer hora e sem preocupação de serem pegos. Da mesma maneira foram assassinados Rivelino Jacques Brunini e Fauze Rachid Jaudy, em junho de 2002, e Sávio Brandão, em setembro do mesmo ano.

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