O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), em reunião ontem à noite, reconheceu a culpa e o consequente erro, derivado de imprudência, do cirurgião plástico Samir Kehdi pela morte da gerente administrativa Rosimere Aparecida Soares. A morte aconteceu em dezembro de 2007. A decisão cabe recurso tanto para o cirurgião quanto para os familiares da vítima. O prazo é de 30 dias.
Em nota, a assessoria jurídica da vítima, informou que, por 11 votos a 6, os conselheiros entenderam haver culpa e que o cirurgião deveria ser punido; por 10 votos contra 7, o Conselho resolveu aplicar a penalidade de censura pública em publicação oficial. Os votos minoritários entendiam cabível a penalidade de advertência confidencial em aviso reservado.
Os familiares da vítima anunciaram que irão recorrer da decisão em busca, junto ao Conselho Federal, de uma punição mais severa (suspensão do exercício profissional até 30 dias ou cassação do exercício profissional).
De acordo com a necropsia, ela morreu por conta de um choque hipovolêmico causado pela perfuração da veia cava inferior, responsável por colher o sangue dos membros inferiores. A lesão pode ter sido provocada pela cânula usada na cirurgia. Kehdi chegou a ser condenado pela juíza da 9ª Vara Criminal de Cuiabá, Maria Cristina de Oliveira Simões, a um ano e quatro meses de detenção, que foram revertidos em prestação de serviços comunitários no Hospital do Câncer.