Com menos de 2 meses de uso, o pavimento da duplicação rodovia Emanuel Pinheiro, MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, está se deteriorando. Os buracos tomam conta da rodovia e é possível perceber que a espessura da capa asfáltica está inferior a 2 centímetros. Os motoristas precisam fazer manobras arrojadas em ziguezague para desviar dos obstáculos, o que traz risco de acidentes. Ao trafegar, o carro vibra com as deformidades da pista, que apontam os locais onde o asfalto, que foi orçado em R$ 17,4 milhões, está cedendo.
Na entrada da fazenda “Có Có Ri Cor”, a água mina da rodovia e escorre pela valeta lateral, que virou uma espécie de pequeno riacho. A estrutura de concreto está danificada e o asfalto encontra-se irregular e com várias fissuras. Uma cascalheira está instalada na região e o tráfego de caminhões é intenso. Os veículos trucados saem carregados, aumentando o desgaste. Enquanto a equipe de reportagem estava no local, 4 caminhões passaram.
Na frente do Condomínio Flor do Cerrado existe um contorno que está com a pista esfarelando. O porteiro Leandro dos Santos, 20, afirma que toda semana técnicos da empresa vão até o local. Eles jogam material de qualquer jeito e assim que saem, o problema volta a aparecer.
As pessoas que pegam na lateral do buraco podem confirmar a falta de qualidade, pois o material desagrega num simples toque. O vento e a chuva também contribuem para a retirada do produto. Nas encostas, estão acumulados cascalhos e resíduos do que é levado pela força da natureza. Os restos são prejudicais ao trânsito porque os veículos podem derrapar devido a perda da aderência do pneu com o pavimento.
O pedaço considerado mais crítico pelos usuários é nas proximidades do Km 14, onde existe um buraco em cada um dos lados. Os motoristas chegam em alta velocidade e precisam fazer manobras arriscadas. O perigo aumenta durante a noite, explica o militar Edvaldo José, 51, que mora na região do rio dos Peixes.
Ele passa na MT-251 todos os dias e conta que quase foi atropelado na semana passada. Edvaldo é motociclista e tentava desviar do buraco quando um caminhão, em alta velocidade, passou por cima das obstruções da rodovia. O condutor ficou assustado quando viu o veículo de carga passando a centímetros dele. “Quase morri”.
Manilhas – A rodovia está cedendo nos pontos onde estão instaladas as manilhas e demais tubulações. Os policias, do posto de fiscalização, informaram que a empresa responsável fez marcações com tinta branca para arrumar posteriormente. Atualmente, eles fazem a ajuste nos espaços atingidos, sendo que em parte deles existe trabalhos de restauração sobrepostos.
Os policias temem o acréscimo dos acidentes durante o feriado da Semana Santa.
Sinalização – O ajudante de serralheiro, Valdinei Paulo, 35, acredita que além da falta de qualidade do pavimento, o poder público devia exigir a colocação de placas de sinalização. Nos contornos, por exemplo, existe apenas 1 placa informando a existência da travessia, porém não descreve a distância.
Paulo avalia que as pessoas têm dificuldade em fazer a entrada no recuo, que também é muito curto. Ele defende que a situação favorece os acidentes, como o que resultou na morte de 5 funcionários da Construtora Aurora, em 15 de março deste ano. Na ocasião, o caminhão entrou bruscamente na pista e o motorista de Fiat Uno, onde estavam os trabalhadores, não teve tempo hábil para desviar.