Cerca de 350 homens e mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) estão bloqueando a BR-163/364 no Trevo do Lagarto. O protesto deve permanecer até por volta das 11h. Eles querem que um representante do Incra do Estado receba uma carta com várias reivindicações dos assentados. Segundo eles, a agilidade no processo de assentamento é uma dos principais pedidos.
O protesto também faz alusão ao movimento intitulado “abril vermelho”, no qual realiza atos e protestos para lembrar o “Massacre de Eldorado dos Carajás” em que 19 sem-terras foram assassinados por pistoleiros. O episódio aconteceu no Pará, há 15 anos, em que ninguém foi punido. Apenas ambulâncias estão sendo liberadas.
Os integrantes do MST pretendem ficar no local até o dia 17. No dia seguinte, os manifestantes seguem em caminhada até o centro de município, aonde vão se unir a outros movimentos sociais, para denunciar o estado de abandono daquela cidade. No dia 19, a caminhada será na capital, encerrando com um ato político, conjuntamente com moradores de Cuiabá, para denunciar o descaso do poder público com a população local. “Depois disso, a caminhada segue até o INCRA para fazermos a luta por Reforma Agrária e melhores condições de vida no campo”, explica um dos coordenadores estaduais do MST, Antônio Carneiro.
“Nesse abril, o MST quer também ressaltar que fatos como os ocorridos no Pará demonstram que os resquícios da escravidão continuam muito presentes no Brasil, já que para os donatários e senhores da terra de épocas remotas, matar negros e pobres não era crime e sim limpeza, por isso ninguém era punido por esses crimes. Infelizmente essa realidade ainda continua muito presente nas ações truculentas da justiça, fazendeiros, políticos e do agronegócio”, lamenta Carneiro.
Os militantes que chegaram de várias regiões do Estado, como Cláudia, Sinop, União do Sul, Araputanga, Mirassol, Rosário Oeste e Rondonópolis, e pretendem colocar a reforma agrária em pauta nas duas cidades, Cuiabá e Várzea Grande.
(Atualizada às 10h46)