O diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, fez uma análise da pesquisa, que ganhou destaque nacional, sobre a presença de agrotóxicos no leite materno das mulheres de Lucas do Rio Verde. De acordo com ele, os grãos e carnes produzidos no município tem certificação internacional, já 95% de frutas, verduras e tubérculos consumidos pela população vem de outras regiões.
Com isso, ele levanta duas hipóteses sobre a pesquisa. Na primeira, ressalta que se os alimentos consumidos pela população não são produzidos em Lucas e o que são produzidos lá tem certificação internacional, é preciso comprovar a veracidade da pesquisa e se esta tem autenticidade comprovada. “A preocupação também é nossa, pois moramos aqui”, afirmou.
Já na segunda, se a contaminação existe, é necessário verificar os alimentos que estão vindo de fora para o município e não os que estão sendo produzidos no local. “Se a pesquisa tem legitimidade, temos que tomar algumas medidas. Os produtores utilizam todas as técnicas para que não haja contaminação e se esta pesquisa for comprovada, temos que ver a contaminação dos alimentos que vem de fora do município”.
Já a bióloga Veridiana Picolo afirmou que a prefeitura vem realizando o acompanhamento regular da água do município, um dos pontos citados na pesquisa como ponto de contaminação. Segundo ela, em 2006, foram feitos exames conforme portaria do Ministério da Saúde na água fornecida aos cidadãos e nada foi detectado. Em 2010, novamente este teste foi feito em um outro laboratório com experiência e novamente a água estava apta para ser utilizada pela população.
“A água de Lucas é 100% confiável. Está tudo dentro da conformidade com o que pede o Ministério da Saúde. O que eu vimos na pesquisa, foram outros tipos verificados, o que não consta na portaria do Ministério. Agora passaremos a avaliar estes pontos também”.
A pesquisa faz parte de um trabalho de mestrado em Saúde Coletiva da bióloga Danielly de Andrade Palma. A pesquisa foi apresentada no dia 15 de março a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). As amostras foram colhidas de 62 mulheres atendidas pelo programa de saúde da família, no município, e os níveis de agrotóxicos encontrados estão bem acima da média e põem em risco a saúde humana. Em 100% das amostras foi encontrado ao menos um tipo de agrotóxico e em 85% dos casos foram encontrados entre 2 e 6 tipos.
Conforme Só Notícias já informou, o secretário de Agricultura em Lucas, Edu Pascoski, negou que esteja ocorrendo excesso no uso de agrotóxicos nas lavouras do municípios, que está entre os maiores exportadores de grãos do país e lidera a produção nacional de milho.