Passageiros de ônibus chegam a ficar 24 horas atolados na MT-183, localizada entre os municípios de Aripuanã e Juína. Além do transporte coletivo, caminhões e carros de passeio passam pela mesma situação. As pessoas precisam contar com a solidariedade, já que ficam às margens da rodovia, esperando o socorro, sem água potável e expostas a chuva e sol.
A condição de trafegabilidade está comprometida na estrada e o caminhoneiro, David Márcio Oliveira, 38, diz que em um carro grande, o motorista consegue fazer 200 km em cerca de 12 horas, caso não fique preso na lama. Oliveira conta que existe um caminho alternativo, passando pela MT-070, que liga as cidades de Aripuanã, Castanheira, Juruena e Juína. O problema é que o estado da via também está caótico.
A MT-070 tem um agravante. Segundo o caminhoneiro, a estrada é 80 km mais longa e ainda tem várias pedras no percurso, que aumentam os riscos de acidentes graves. Por este motivo, os moradores optam por seguir pela MT-183, que era uma estrada municipal e no final de 2010 passou pelo processo de estadualização.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros do Estado do Mato Grosso (Setromat), Júlio César Sales Lima, diz que os empresários do ramo, que atendem a linha, sempre reclamam da situação. A falta de estrutura faz com que os gastos em manutenção aumentem, o que torna inviável a colocação de ônibus novos no trecho.
Todos os anos, durante o período chuvoso há problemas na rodovia. Lima assegura que já entrou em contato com a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), que se disponibilizou a promover os reparos necessários.
Outro lado – A Setpu informou, por meio da assessoria de imprensa, que não tinha conhecimento do problema na MT-183. Conforme o órgão, a rodovia MT-070 terá reparos nos próximos dias e servirá de alternativa para os motoristas. Na tarde de ontem, foi enviada uma patrulha de máquinas, formada por uma motoniveladora e 3 caminhões, além de combustível. O trabalho será feito em parceria com os municípios. Após a conclusão, os gestores da Septu vão estudar uma forma de recuperar a MT-183, mas até ontem, nenhuma possibilidade foi apresentada.