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Animais peçonhentos podem aparecer nesta época, alerta Secretaria

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Durante o período das chuvas em Mato Grosso, uma das ameaças a saúde da população é representada pelo aumento de atividade dos animais peçonhentos. Neste período, esses animais, dentre os quais escorpiões, aranhas e serpentes, saem de seu habitat natural e invadem residências e quintais, assustando os moradores e provocando acidentes. Até o final de 2010, dados parciais do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, apontam 2.070 acidentes e nove óbitos ocorridos por animais peçonhentos no Estado.

A técnica responsável pelo Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos, da Secretaria de Estado de Estado de Saúde (SES), bióloga Sandra Carolina Vilela Lima, aproveita a ocasião para informar o que pode ser feito no encontro com esses animais e relembra a necessidade de adoção de alguns cuidados para prevenir e evitar a ocorrências de acidentes envolvendo animais peçonhentos.

"Nos municípios da Baixada Cuiabana, os moradores que encontrarem escorpiões, aranhas e outros animais peçonhentos em seus quintais ou residências devem acionar o serviço de capturas desses animais no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), pelo telefone 3617-1680. Se for uma serpente, o Corpo de Bombeiros local deve ser o contatado", recomendou a técnica.

No interior do Estado, o procedimento envolve recorrer também ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), se o município tiver o serviço estruturado. Se não houver um CCZ estruturado no município, os moradores podem chamar o Corpo de Bombeiros local, solicitando uma captura de animais peçonhentos.

Sandra Lima explicou que "as consequências de uma picada de animal peçonhento variam de acordo com a espécie do animal agressor, mas em idosos e crianças até 10 anos os efeitos e sequelas costumam ser mais intensos e sérios, por isso a importância das medidas de prevenção, bem como a divulgação de orientações sobre os principais animais peçonhentos em Mato Grosso".

ESCORPIÕES – Segundo Sandra Lima, a espécie de escorpião que mais preocupa, no Estado, é Escorpião Negro (Tityus paraensis). O acidente com este escorpião provoca dor imediata com variação de intensidade de pessoa a pessoa. Em casos mais graves pode apresentar náuseas, vômitos, alteração da pressão sanguínea, agitação e falta de ar. Os mais vulneráveis são as crianças menores de 10 anos, os idosos e pessoas com baixa imunidade (imunodeprimidos). As espécies amarelinho (Tityus confluens) e três listras (Tityus trivittatus), que aparecem na Baixada Cuiabana, possuem veneno de toxidade baixa para os seres humanos, causando apenas dor variável e inchaço.

PREVENÇÃO CONTRA ESCORPIÕES – Uma das maneiras mais comuns de os escorpiões entrarem em contato com os humanos é invadindo as residências por meio dos canos de esgoto, local onde vivem as baratas. Os escorpiões penetram no esgoto em busca das baratas, que lhes servem como alimento, e daí entram nas casas através dos ralos dos banheiros ou da cozinha.

A recomendação é a vedação das tampas dos ralos, enquanto não for necessário seu uso. Outro local onde as baratas vivem, e onde os escorpiões podem ser encontrados, são as caixas de gordura das residências. Neste caso a limpeza frequente dessas caixas de gordura pode evitar o perigo de ser picado por um desses animais.

SERPENTES – Existem quatro gêneros de serpentes peçonhentas (répteis que possuem veneno e um aparelho inoculador desse veneno, ou seja, presas): a Jararaca, a Cascavel, a Surucucu e a Coral Verdadeira.

A Jararaca é uma serpente que habita o cerrado e regiões de matas ciliares e seu veneno é do tipo proteolítico. Sua picada provoca inchaço, vermelhidão, necrose do tecido e pode surgir hemorragia que pode levar à insuficiência renal e, consequentemente, a óbito. O único tratamento para a picada desse animal (como das demais serpentes) é o soro antiofídico. A vítima que sofrer um ataque por serpentes peçonhentas deve ser removida com calma do local do acidente (porque maior agitação faz com que o veneno se espalhe com mais rapidez) até uma unidade de saúde.

A cascavel tem como habitat o cerrado, mas também frequenta áreas próximas a plantações de grãos. Essas plantações são locais de moradia de ratos e outros roedores, alimento preferido desse tipo de serpentes. Na zona rural, se houver ratos no interior de uma residência pode acontecer de uma serpente invadir o local a procura de seu alimento favorito. Os ataques por parte de Cascavéis são em menor número do que os da Jararaca por um motivo: as cascavéis avisam, antes de atacar, tocando o seu famoso guiso.

O veneno da cascavel é neurotóxico, atacando o sistema nervoso central. Os sintomas externos são a paralisia dos membros. Sandra Lima disse que "a pessoa fica com cara de bêbado, motivo pelo qual se recomenda que não se dê bebida alcoólica a quem for picado por essa serpente, pois o álcool pode mascarar os sintomas do ataque. O veneno provoca paralisia da musculatura, microcoagulos do sangue e também insuficiência respiratória e renal, podendo levar à morte".

A Surucucu ocorre com mais frequência na região amazônica e é considerada a maior serpente venenosa da América do Sul, podendo chegar a 3,5 metros. O veneno da Surucucu é tanto neurotóxico como proteolítico. Sandra Lima disse que "é como se a pessoa fosse picada por uma Jararaca e uma Cascavel, ao mesmo tempo".

A Coral Verdadeira é a serpente que possui menos registro de acidentes, porque ela habita galerias subterrâneas e dentro de cupinzeiros. Outro fator que faz com que o número de acidentes causado por Corais seja pequeno é a localização muito recuada, dentro da boca do animal, do dente que inocula o veneno na vítima. Porém, se a serpente conseguir picar um humano o acidente é de alto risco à vida, atacando o sistema nervoso central, e pode ser letal.

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