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Duas rodovias bloqueadas no MT em protesto contra desocupação de terra

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A BR-158, na região Araguaia, nas proximidades do Posto da Mata, além da rodovia 242 continuam bloqueadas, por alguns moradores de áreas consideradas da reserva indígena que está sendo desocupada pelas forças de segurança.  Desde domingo que o trânsito foi interrompido quando houve outro princípio de confronto com um grupo de policiais que seguiam para o Alto da Boa Vista e, inicialmente, foram impedidos de passar. O Agência da Notícia informa que a polícia teria usado bombas de gás lacrimogênio e disparados balas de borracha. Eles acabaram seguindo viagem.

O grupo que resiste a desocupação passa o natal local e tentam resistir a retirada das pessoas que estão na região do Posto da Mata onde residiriam cerca de 3 mil. O helicóptero da polícia tem sobrevoado o local e monitorado a manifestação.  As forças de segurança cumprem, desde o último dia 10 a ordem judicial para retirar centenas de pessoas da gleba Siuá Missú que pertence aos índios Xavantes.

O produtor Paulo Gonçalves disse que “a intenção é de chamar a atenção das autoridades para o descaso com o que estamos vivendo aqui no Araguaia, não temos a quem pedir socorro, não existe OAB, Direitos Humanos, Pastoral da Terra, nada não temos a quem contar as atrocidades que estão acontecendo aqui, para você ter ideia até hoje não existe um local para colocar as famílias que estão sendo retiradas das áreas, é uma situação desesperadora, tem muita gente que tem só essas terras para viver, isso tudo é um absurdo eu já vi muita coisa, mas isso que está acontecendo aqui é inadmissível”, desabafou o produtor e que também ocupa áreas dentro da Suiá Missu.

“Nós acreditamos que tudo isso ainda pode ser modificado, acreditamos que o presidente do STF o Ministro Joaquim Barbosa é um homem justo e temos fé que ele vai nos dar pelo menos a chance de mostrar que existe algo muito errado por aqui”, disse o vice-prefeito de Alto Boa Vista, Osvaldo Levino dos Santos (Nivaldo do Posto).

O último balanço da Funai – Fundação Nacional do Índio- aponta que foram vistoriados, pelos oficias de Justiça junto à força-tarefa do governo federal, 53 pontos de ocupação dentro da Terra Indígena Marãiwatsédé. Destes, 30 pontos já estão desocupados e encontram-se em posse da Funai. “Registram-se poucos focos de resistência e um número crescente de saídas voluntárias”, informa a assessoria.

Do início da operação até o momento, o Incra cadastrou 194 famílias para análise de perfil com vistas ao reassentamento em programas da reforma agrária. Já foram consideradas aptas 80 famílias, e as avaliações dos cadastros prosseguem. O Projeto Casulo, no município de Alto Boa Vista, denominado “PAC Vida Nova”, está em fase de desenvolvimento pelo Incra e beneficiará 300 famílias ocupantes da localidade de Posto da Mata.

A área indígena havai sido dividida também em grandes fazendas onde estavam alguns grandes pecuaristas. Parte já saiu do local.

 

 

 

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