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Ministro Joaquim Barbosa analisará impasse sobre despejo de área em MT

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Na busca por solução para o impasse no processo da Gleba Suiá Missú, na região do Araguaia, o governador Silval Barbosa esteve, hoje, em Brasília (DF), em uma audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, relator do processo. No encontro, Silval apresentou ao ministro todas as questões sociais envolvidas no caso e a tensão instaurada naquela região de Mato Grosso.

"Nossa preocupação é social. Enquanto governador minha preocupação é com as mais de quatro mil pessoas que não têm para onde ir. Por isso, viemos aqui falar ao presidente do STF. Vamos lutar com todas as possibilidades que ainda temos para reverter esta decisão de desocupação, feita sem nenhum planejamento, sem olhar a questão social", frisou o governador.

Silval avaliou como positivo o encontro com o ministro. "O ministro ouviu todas as partes, nós e a Procuradoria da República, e agora vai analisar o processo. Vamos aguardar a apreciação", explicou o chefe do executivo estadual.

O presidente da Comissão Externa da Câmara dos Deputados, Wellington Fagundes, participou do encontro e apresentou ao presidente do supremo o relatório da visita realizada pela comissão à Gleba Suiá Missú, em novembro deste ano. O deputado ressaltou a atuação do Estado na resolução do impasse, lembrando que o governo estadual ofereceu uma área de 250 mil hectares, rica em recursos naturais para os índios que vivem em Suiá Missú. "O governo do Estado tem tido a responsabilidade de oferecer outra área. Não queremos tensão no estado", afirmou.

A área de Suiá-Missu está em litígio desde 1993, quando foi demarcada como reserva Marãiwatsede. A Fundação Nacional do Índio (Funai), argumenta que em 1967, durante o governo militar, os índios foram retirados da área. Hoje a área de Suiá Missú não conta com nenhum recurso hídrico e cerca de 7 mil não-índios vivem no local plantando e criando gado.

A Justiça Federal já emitiu ordem de retirada das famílias que estão no local há cerca de 20 anos. Para evitar o conflito, o governo do Estado está propondo uma permuta entre a área atual, de 152 mil hectares, já totalmente ocupada pelo homem não-índio, por outra área, também localizada na região Araguaia, com 225 mil hectares, rica em recursos naturais e situada entre o rios das Mortes e Araguaia.

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