Vão a júri popular 3 dos 4 acusados pela morte do jornalista Auro Ida, 53. Rubens Alves de Lima, 27, Evair Peres Madeira, 20, o “Baby” e Alessandro da Silva Paz, 23, o “Sandro”, foram pronunciados pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira. Além de decidir que deverão ser julgados por homicídio duplamente qualificado, por meio que impossibilitou a defesa da vítima e mediante recompensa, a magistrada manteve as prisões preventivas do trio. Enquanto Paz e Madeira estão presos na Penitenciária Central do Estado (PCE), Lima permanece foragido.
Perri acatou a tese do Ministério Público Estadual (MPE) que entende existirem indícios suficientes para responsabilizar os 3 pelo crime, cometido em julho do ano passado. A expectativa da defesa dos acusados era de que tal decisão não fosse tomada, principalmente pelo fato de Bianca Nayara Corrêa de Souza, 20, namorada do jornalista e ex-mulher de Lima ter mudado seu depoimento em juízo e não confirmado ser Baby o autor dos 6 disparos.
Esta mudança foi classificada pela juíza como uma tentativa de Bianca em preservar a vida dela. No entendimento da magistrada, as prisões deverão ser mantidas “em razão da gravidade concreta do delito em tese praticado e da periculosidade do agente, bem demonstradas pelo modus operandi empregado e quando há notícia de que as testemunhas temem por sua integridade caso o acusado seja posto em liberdade”.
Além do temor das testemunhas, a frieza demonstrada na execução do jornalista, ocorrida no momento em que deixava Bianca e o irmão dela em casa, também é um fator usado pela juíza na manutenção das prisões. “O motivo e modo como foi descrito o crime revelam periculosidade e insensibilidade com a vida de seus semelhantes, sendo tal comportamento incompatível com as normas de convivência, fazendo se imperiosa a manutenção da segregação a fim de evitar o cometimento de novos delitos, bem como para garantia da ordem pública”.
Outros depoimentos prestados por pessoas próximas à vítima reforçaram a tese do MPE, a de que Ida foi morto por estar se relacionando com Bianca e, anteriormente, ter namorado outras jovens do Jardim Fortaleza, local onde foi morto. Um deles, considerado chave pela promotoria, foi dado por uma testemunha que viu Baby, no dia do crime, nas proximidades do local do crime com um volume embaixo da camiseta, que pode ser a arma usada no crime.
A pistola usada na execução nunca foi encontrada. Além disso, escutas telefônicas realizadas após a prisão de Baby e Sandro implicam ainda mais o trio na participação do crime.
Em um dos telefone mas, um preso da PCE passa um recado para a mãe de Bianca, pedindo para que ela não fale nada já que eles não confessaram o crime. O quarto envolvido, Rafael Aparecido Queiroz de Amorim Veiga, 18, foi condenado a 3 anos de internação pelo crime. Ele foi julgado em separado porque, na época da execução, tinha 17 anos.
O crime – Ida foi morto na noite de 21 de julho do ano passado no Jardim Fortaleza, em Cuiabá. Ele deixava a namorada em casa quando um suspeito chegou e efetuou 6 disparos. A suspeita é a de que Lima teria contratado, por intermédio de Sandro e Rafael, Baby para cometer o crime.