O Ministério Público Estadual, por meio da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Cáceres, ofereceu, hoje, denúncia contra 13 pessoas, sendo 12 por associação ao tráfico e formação de quadrilha e uma por corrupção passiva. A denúncia é resultado das investigações realizadas na operação “Boca Nervosa”, desenvolvida pela Polícia Civil, com a participação do MPE.
De acordo com o promotor de Justiça Samuel Frungilo, as investigações tiveram início em outubro do ano passado. Após a realização de uma série de diligências, incluindo interceptações telefônicas, ficou comprovado que os denunciados se associaram para prática de diversos crimes, como tráfico de drogas, roubo, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e comércio ilegal de armas de fotos.
“Todos esses fatos estão sendo apurados em outros procedimentos. No entanto, não restam dúvidas que os indiciados formavam uma associação criminosa hierarquizada e com clara divisão de tarefas. Ele forneciam ou vendiam armas a assaltantes que subtraiam motocicletas, caminhonetes e até caminhões e depois trocavam os veículos automotores por drogas que, posteriormente, eram encaminhadas para venda aos usuários”, explicou o promotor de Justiça.
Segundo ele, o grupo era liderado por Flávio Aparecido Martins Gonçalves, conhecido na região como “boquinha” que, além de ter o domínio sobre as ações dos demais comparsas, era responsável pela entrega de armas de fogo aos assaltantes que eram contratados para roubar os veículos automotores.
Consta na denúncia, que a troca das motos roubadas por entorpecentes cabia aos indiciados Cosmo Profiro de Souza, Paulo Cesar da Silva, Marcos Agostinho Moura, Eliezio Ferreira de França e Erivaldo Aparecido Silva. Já a ocultação dos veículos e das drogas ficava a cargo de Alfredo Miranda, Andrea Juana Charupa, Anderson de Barros Miranda, Kelly Cristhiane de Arruda e Meire Ferreira Pereira. As drogas eram entregues às “bocas de fumo” pelo indiciado Maksuel Nassarden Figueiredo.
“É impressionante constatar a verdadeira “frota” de veículos automotores receptados e roubados pelo bando criminoso, bem como a quantidade realmente considerável de entorpecentes comercializado pelos mesmos durante um ano de investigações”, ressaltou o promotor de Justiça.
A ação criminosa, segundo o representante do Ministério Público, contou, inclusive, com a participação de um servidor público que à época dos fatos trabalhava na unidade do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Cáceres. Antônio Soares Mota é acusado de receber uma determinada quantia em dinheiro para promover a indevida liberação de uma motocicleta apreendida a um dos integrantes da quadrilha.
Na denúncia, o MPE requer a prisão preventiva de Kelly Cristhiane de Arruda e Paulo César Silva. Os demais integrantes do grupo, com exceção de Maksuel Nassarden Figueiredo, já estão presos.