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Atendimento do MT Saúde é suspenso no Estado por falta de pagamento

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Após ameaças, médicos e hospitais suspenderam o atendimento aos mais de 50 mil clientes do MT Saúde. A decisão foi tomada após o atraso de 3 parcelas da dívida do governo com os prestadores de serviço, estimada em mais de R$ 30 milhões. Com isso, servidores públicos que pagam mensalmente pelo plano de saúde não encontram atendimento e se dirigem à sede do plano em busca de solução.

A crise no MT Saúde já pode ser considerada a maior da história do plano, criado em 2004. Em um ano, ao menos 5 mil clientes migraram para outras empresas de saúde e os que permanecem relatam verdadeiras peregrinações a hospitais e até mesmo a cobrança ilegal por parte de consultórios para a realização de consultas.

Na sede do MT Saúde, em Cuiabá, dezenas de pessoas buscavam uma solução para a falta de atendimento, nesta terça-feira (18), dia que marcou o início da suspensão. Servidor aposentado da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Lourival Elói Batista tentava um cardiologista para a esposa, Eneida Gomes, enquanto ela passava mal dentro do carro. "É uma situação vergonhosa. Trabalhei a vida inteira no serviço público, pago todos os meses valores altos pelo plano e sou obrigado a ver minha mulher mal de saúde enquanto me negam atendimento".

Em companhia da filha, Camila Gomes, ele tentava obter uma guia ou encaminhamento para alguma unidade de saúde. Camila destaca que antes de se dirigirem até a sede do plano, a família buscou 5 hospitais em Cuiabá e Várzea Grande e em todos eles o atendimento foi negado. "É desesperador", resumiu.

Depois de cerca de uma hora, a família conseguiu um encaminhamento para uma consulta, sem direito a medicação ou a prescrição de exames. Mesmo problema enfrentava a soldado da Polícia Militar, Ângela Aparecida dos Santos. Há 1 mês, ela busca o atendimento de um ginecologista e, na tarde desta terça, teve o atendimento negado. "Pago R$ 215 por mês que saem do meu bolso antes mesmo de eu receber meu salário. Queria saber para onde vai esse dinheiro, já que dizem que não chega no MT Saúde". Cansada de esperar, a policial teve que ir para uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além dos servidores públicos de Cuiabá, a crise no MT Saúde afetou aqueles que moram no interior do Estado e viajam para a Capital apenas para tratamento, caso da servidora Valquíria de Almeida, que veio de Rondonópolis (212 km ao sul da Capital) e tentava junto ao plano a autorização para a realização de um exame de ressonância magnética. "Espero ter melhor sorte do que a moça que saiu daqui e foi para a delegacia registrar uma ocorrência para tentar ser atendida".

Desrespeito – Quem conseguiu ser atendido de alguma forma na rede credenciada relata descaso e humilhação, como a servidora Laura Cecília de Toledo Barros. Explica que na segunda-feira (17), após perceber que nenhum hospital de Várzea Grande atendia clientes do plano, buscou um hospital de Cuiabá para consultar o filho que estava com um deslocamento na rótula. Para conseguir a atenção dos médicos, foi necessário ameaçar chamar a polícia e chorar aos atendentes. "Meu filho ficou jogado na porta do hospital por duas horas com o joelho arrebentado. Só quando me joguei no chão e ‘armei o barraco" é que examinaram meu filho".

Impotentes diante do problema, os atendentes do MT Saúde contam que já não sabem mais como proceder para negar os atendimentos. "Emitimos as guias e eles buscam médico, mas nós já sabemos que não vão conseguir. Triste, mas não há nada o que possamos fazer", relata uma funcionária que pede para não ser identificada.

Para conseguir atendimento, muitos servidores são obrigados a pagar uma taxa extra nos consultórios, caso contrário não serão atendidos. Roseni Cândida Martins foi surpreendida por uma proposta de um médico, após conseguir o encaminhamento depois de mais de 1 mês afastada das funções. "Ao chegar ao consultório, a secretária do médico disse que só pagando R$ 100 eu seria atendida, um verdadeiro caso de polícia".

Outro lado
Por meio da assessoria, a Secretaria de Estado de Administração (SAD) informa que busca, desde a semana passada, a quitação dos débitos. A situação deverá ser normalizada nesta semana com o pagamento das parcelas atrasadas.

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