A Rio+ 20 vai contar com participação efetiva de representantes indígenas de Mato Grosso. Cinco delegados indígenas desembarcam segunda-feira (18), no Rio de Janeiro, para participar da entrega do Pacto da Amazônia Legal para o Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá durante a Conferência Nacional das Nações Unidas. Além deles, o Governo do Estado disponibilizou quatro ônibus para levar representantes indígenas das 42 etnias existentes no Estado para o evento.
Para a superintendente de Assuntos Indígenas de Mato Grosso, Janaína de Oliveira, a construção do pacto é algo inédito no Brasil, pois conseguiu reunir nove Estado da Amazônia, cada um representado por delegados de nove segmentos diferentes, entre eles indígenas, Governo, sindicatos, ONGs, grandes agricultores e outros. "Foi um feito inédito, nunca aconteceu de nove segmentos diferentes, de nove Estados, conversarem com um objetivo comum", avaliou Janaína, destacando que o resultado do pacto foi consenso entre todas as partes e que Mato Grosso foi o Estado com maior participação.
Cada delegado indígena foi escolhido de forma participativa, contemplando as cinco regiões de terras indígenas de Mato Grosso. O grupo participou da construção do pacto desde o diagnóstico, um total de três oficinas – duas em Cuiabá e uma em Manaus. Para os representantes indígenas, as preocupações maiores giram em torno de três pilares: demarcação e manutenção do territorial, segurança alimentar e manutenção da cultura – estando os dois últimos inteiramente interligados ao primeiro. "Os cinco delegados contribuíram muito. Esses três pilares foram contemplados no pacto", explicou a superintendente.
Janaína lembra que, além de entregar a o pacto, a equipe da superintendência, juntamente com demais representantes do Governo e dos povos indígenas esperam deixar a conferência com idéias, propostas e parcerias. "Reservamos verbas para ter como contrapartida em interlocuções com agências de fomento e bancos financiadores do BNDES. Estamos levando trabalho para conseguir incentivos e apoio", ressaltou Janaína. Uma das intenções do movimento indígena é conseguir junto ao BNDES a criação de fundo de apoio aos povos indígenas, dentro do Fundo da Amazônia Legal.