Os profissionais de saúde do Hospital Regional de Colíder mantêm a greve deflagrada na quinta-feira (3). Agora, além de reivindicar a questão salarial, o grupo pede por melhores condições de trabalho, já que muitos materiais utilizados nos atendimentos acabaram. “Vamos continuar paralisados até a situação ser regularizada. Estamos cansados de promessas”, explicou, ao Só Notícias, o fisioterapeuta Willian Moraes, membro da comissão multidisciplinar.
Conforme o profissional, os atendimentos de urgência/emergência estão ocorrendo, no entanto, com 30% da capacidade. A situação se agrava com a falta de materiais. “Ontem acabou o resto de soro fisiológico que tinha. Equipes de transfusão de sangue não tem mais há duas semanas. Agulhas e seringas específicas acabaram. Os potes de luvas também estão no fim”, destacou.
Segundo Willian, gestores do Instituto Pernambucano de Assistência em Saúde (IPAS), que assumiram em caráter emergencial a unidade após a rescisão contratual do Instituto Social Fibra (que havia sido escolhido para gerenciar a unidade), teriam repassado aos profissionais que os materiais “já foram providenciados, mas até agora não chegou nada”, apontou.
Em relação aos salários, o fisioterapeuta afirmou que “50% dos funcionários receberam o mês de março, outros 50% não”. Até o momento, nenhum posicionamento do Estado foi dado aos profissionais que já realizaram duas passeatas. A primeira antes da greve, no dia 27 de abril, e a última, no sábado (5). Deve ser confirmado se novas mobilizações serão realizadas.
A “crise” na unidade foi anunciada no início do mês passado, quando os trabalhadores do hospital suspenderam os atendimentos ambulatórias, cirurgias e exames e fizeram apenas os procedimentos considerados básicos como forma de cobrar os pagamentos referentes a fevereiro e março. Na ocasião, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde afirmou que o pagamento de fevereiro já havia sido feito e de março deveria ser regularizado em breve.
No dia 13 de abril, o governo do Estado publicou o cancelamento do contrato com o Instituto Social Fibra – assinado em janeiro – alegando que a organização não teria cumprido cláusulas estabelecidas no documento. Em seguida, o IPAS foi contratado em caráter emergencial e temporário, para assumir a gestão da unidade.