Justamente no dia que o Supremo Tribunal Federal (STF) começou julgar uma ação sobre o direito da mãe interromper uma gestação de feto anencéfalo (sem cérebro), uma bebê nasceu com o problema em Cuiabá, e morreu minutos depois. Familiares descobriram a má formação no feto ainda na 16ª semana de gestação e procuraram a Justiça para autorizar a interrupção da gravidez, que foi negado em decisão de primeira instância. A família recorreu e ainda aguardava uma decisão do Tribunal de Justiça, no entanto, a mãe, de 19 anos, entrou em trabalho de parto na manhã desta quarta-feira (11) na 33ª semana de gestação. A bebê nasceu viva, porém respirou e morreu em seguida.
Diante da negativa da Justiça no primeiro momento e o fato de não ter saído decisão do recurso impetrado no TJMT, familiares aguardavam a decisão do STF, que se fosse favorável à interrupção da gravidez em caso de anencefalia, pretendiam realizar o procedimento. Contudo, a jovem entrou em trabalho de parto quando apresentava resultados dos exames no Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) e foi encaminhada para uma clínica, em Cuiabá. Uma equipe médica realizou o parto cesárea, contudo a bebê não sobreviveu.
No STF, foi suspenso o julgamento da ação que pede a descriminalização do aborto no caso de gravidez de feto anencéfalo. A sessão será retomada nesta quinta-feira (12), às 14h. Dos 11 ministros, 6 já votaram, sendo 5 a favor da mulher ter a opção de interromper a gestação nesses casos.