Em reunião na tarde desta terça-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu proibir a venda no Brasil de cigarros com sabores, como menta, chocolate e cereja. A argumentação da Anvisa é que esse artifício atrai crianças e adolescentes para o consumo de tabaco e ajuda a viciar, já que tais sabores mascaram o gosto e a irritação causada pela fumaça do cigarro.
A determinação também atinge produtos importados, mas não vale para aqueles cujo destino é o mercado externo. A Anvisa estima que 85% da produção nacional de cigarros e outros derivados do tabaco é exportada. Portanto, a determinação da agência só vale para a venda de produtos importados e para os produzidos para consumo e venda nacional.
Com isso, fica proibida a adição de adoçantes, flavorizantes, aromatizantes e qualquer produto que possa dar sabor e aroma às etapas de produção do cigarro e de produtos fumígenos derivados do tabaco. A adição do açúcar no tabaco, que também era questionada pela agência, não foi proibida. A Anvisa, no entanto, permitiu a adição à fórmula apenas para fins de processamento do fumo.
De acordo com a decisão de hoje, as empresas têm um ano para se adequar à nova regra – alterando marcas e embalagens – e mais seis meses para escoar os produtos em estoque. A Anvisa também definiu que está proibido o uso de adjetivos como "light" e "suave" nas embalagens. Como essa determinação data de 2001, a aplicação da medida é imediata.