Terminou, no final da manhã, a manifestação dos moradores do assentamento Jardim Canaã, em Cuiabá. Eles estiveram em frente e chegaram a invadir a sede da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa). O protesto é motivado pelo despejo que podem sofrer a qualquer momento devido as obras da copa. Os manifestantes só deixaram o local com a promessa de que não serão despejados pelo cômite de Conflitos Agrários e Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Agora, o Estado busca solução para que as familias não fiquem na rua. Eles fizeram “apitaço” dentro da secretaria.
Está é a terceira manifestação dos moradores que reivindicam uma solução do governo do Estado, já que a área que ocupam foi requerida judicialmente pelo proprietário, Armindo Sebba Filho. No mês passado, os moradores invadiram o prédio da Casa Civil e exigiram a presença do secretário da Casa Civil, José Lacerda.
Segundo uma das apoiadoras dos assentados, Luana Silva, o governo fez a proposta de oferecer casas populares aos moradores do Nova Canaã, porém, com a condição da cobrança de 10% da renda das famílias. A contraproposta foi que as famílias aceitam as casas, desde de que não tenham que pagar, já que muitos não têm renda fixa. Eles também querem a garantia de que as casas sejam entregues antes do despejo.
Na invasão à Secopa, cerca de 80 moradores reivindicaram que a contraproposta seja analisada e que a solução não demore. Segundo a assessoria da Secopa, o secretário Éder Moraes ouviu representantes do assentamento e entrou em contato com o secretário José Lacerda.
A representante disse que os moradores decidiram ir até a sede da Secopa para serem ouvidos e reclamarem dos gastos com a Copa do Mundo na capital, enquanto famílias carentes necessitam de ajuda. Em uma das primeiras manifestações, os moradores fecharam a entrada do bairro Parque Cuiabá para protestar. Cerca de 266 famílias de baixa renda vivem no assentamento.
(Atualizada às 13h20)