O Centro de Investigação de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) aprovou o relatório final do acidente envolvendo um monomotor Cessna Aircraft 172D, em 19 de abril deste ano, nas festividades do aniversário de emancipação política de Barra do Bugres. No pouso ele acabou ultrapassando o limite da pista, colidiu contra uma cerca e ficou de “cabeça para baixo”, ocasionando danos a fuselagem. Duas pessoas que estavam à bordo não se feriram.
No relatório consta que o piloto se apresentou como comandante da aeronave e, o proprietário, como passageiro. É apontado que o piloto justificou a perda de controle no solo, por “uma aproximação não estabilizada e que, após o toque, não foi possível manter a aeronave dentro dos limites da pista, colidiu contra uma cerca e pilonou”. Apesar disso, segundo o Cenipa, todas as notícias veiculadas na internet informavam que, no momento do acidente, o proprietário quem estava conduzindo a aeronave com um casal de passageiros a bordo.
Consta no documento que investigadores consultaram a Décima Segunda Companhia Independente de Polícia Militar de Barra do Bugres, a qual havia enviado uma equipe ao local do acidente e registrado a ocorrência. No boletim constava que o proprietário da aeronave estava a bordo como passageiro. No entanto, dois militares que estavam de serviço no local do acidente afirmaram que as notícias nos portais eram verdadeiras (proprietário pilotando), além do fato ter presenciado por dezenas de pessoas, que estavam próximo à pista.
Conforme o documento, anúncios da mídia veicularam que a aeronave estava realizando voos panorâmicos de 15 minutos ao preço de R$70. O Comando da Décima Segunda Companhia Independente da PM informou à equipe do SERIPA que iria instaurar sindicância para apurar os motivos pelos quais o boletim “foi registrado com fatos que não condiziam com a realidade”.
Consta ainda no documento que alguns dias após a ocorrência, o Comando da Polícia Militar enviou um vídeo produzido por uma emissora de TV local. Em entrevista, logo após o acidente, o proprietário da aeronave confirmou que estava pilotando a aeronave. Ele não possuía habilitação.
Foram emitidas recomendações de segurança de voo à ANAC, decorrentes de eventos similares, com vistas ao incremento da fiscalização, no âmbito da aviação civil. Também foram emitidas recomendações de segurança de com vistas a difundir a conscientização da necessidade do cumprimento dos Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil.
O Cenipa aponta não ser foco do relatório quantificar o grau de contribuição dos fatores, incluindo as variáveis que condicionaram o desempenho humano sejam elas individuais, psicossosiais ou organizacionais que interagiram propiciando o cenário favorável ao acidente. O objetivo é recomendar o estudo e o estabelecimento de providências de caráter preventivo.