Representantes do Movimento Sem Terra (MST) aguardam uma comissão formada pelo Fórum de Direitos Humanos e da Terra e a da Defensoria Pública para apurar o conflito envolvendo famílias ligadas ao movimento, no assentamento Terra de Viver, em Cláudia (80 quilômetros de Sinop), e outras que alegam ser posseiros. Elas teriam vindo de outras regiões e ocupado uma área que já seria destinada aos beneficiários do MST, que aguardam os trâmites do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “Mas até agora não obtivemos nenhum posicionamento [das autoridades]”, disse, ao Só Notícias, o representante do movimento, Marciano da Silva, sobre o conflito.
O clima “esquentou” há menos de uma semana quando três pessoas ficaram feridas, duas delas seriam integrantes do MST, e a outra do grupo que o movimento aponta ser posseiros. Tiros teriam sido feitos para alto e barracos queimados. Sete pessoas foram presas e liberadas, posteriormente, mediante pagamento de fiança. Marciano afirmou que inclusive um cerco foi montado na região para que os assentados não deixassem o local. “Um dos companheiros teve que fugir pela mata”.
Em nota divulgada o MST apontou que o conflito na área começou devido à morosidade da reforma agrária. Havia oito famílias já assentadas na propriedade rural de 1,4 hectares. Mas restou uma área ociosa (que motivou supostamente o conflito que vem ocorrendo), da qual outras famílias esperavam a definição do Incra. Genadir Vieira, da coordenação do movimento informou que a espera para alguns já chega a quase 20 anos.
Na nota, o movimento aponta ainda que 75% da área é mata fechada na propriedade e afirma que o grupo rival está retirando madeiras das espécies castanheira e itaúba. Dos 25% restantes, 20% é arrendado para plantio de soja. Os outros 5% ficam no entorno das casas, onde há pequenos cultivos, como de mandioca e hortaliças.