Pouco mais de um ano depois de deflagrada a Operação Impostor, as investigações sobre o esquema de fraude no sistema de arrecadação da Prefeitura de Cuiabá continuam em curso. Em julho do ano passado, após detectar um rombo de aproximadamente R$ 1,3 milhão em apenas 10 dias de monitoramento da arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o então prefeito Chico Galindo (PTB) protocolou denúncia junto ao Ministério Público Estadual (MPE) para apurar os fatos.
As investigações tiveram início em 8 de novembro do ano passado, a delegacia fazendária deflagrou a Operação Impostor, quando 21 pessoas, entre servidores municipais e autônomos chegaram a ser presos preventivamente para prestar esclarecimentos. Entre eles, apenas dois funcionários comissionados foram demitidos logo após a soltura. Outros 10 efetivos foram afastados e, somente neste ano, após conclusão do Processo Administrativo Interno, o atual prefeito Mauro Mendes (PSB) determinou suas demissões.
Apesar de nenhum dos funcionários ter sido conde- nado ainda, a investigação já avança para apurar quem são os empresários envolvidos, que teriam se beneficiado com o esquema de fraude. Além da delegacia Fazendária, que segue ouvindo as pessoas sobre o esquema, também continuam em curso as investigações internas no âmbito da Prefeitura de Cuiabá.
Está sendo apurada pela Corregedoria Geral do Município a possibilidade de envolvimento de servidores que continuam trabalhando no Executivo. Um novo Processo Administrativo Interno já foi instalado para investigar a atuação. Segundo o procurador-geral do Município, Rogério Gallo, a previsão é de que as investigações internas sejam concluídas até o fim deste ano. Mas a Prefeitura ainda aguarda o relatório da Delegacia Fazendária onde devem ser apontados novos elementos.
Apesar de ainda ser preliminar a investigação, já é considerada a possibilidade de que ocorram novas demissões no Executivo Municipal. O último relatório, apresentado em junho deste ano, já apontava um rombo no IPTU superior a R$ 2,5 milhões, mas a estimativa é de que o prejuízo seja bem maior, já que também foram constatadas fraudes nas arrecadações de outras taxas municipais, como ITBI, ISSQN, emissão de Habite-se e dívidas com a Sanecap.