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Cuiabá: acusado de matar professor e filho será julgado na quarta-feira

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Depois de ficar foragido da Justiça por 17 anos, Francisco de Assis Vieira Lucena, acusado de ter matado um professor universitário e o filho dele, episódio que ficou conhecido como "Crime da Casa de Suspensão", sentará no banco dos réus na quarta-feira (30). A partir das 8h, ele será julgado pelos dois homicídios qualificados e, se condenado, poderá receber pena de 12 a 30 anos de prisão por cada um deles.

De acordo com a acusação formulada pelo Ministério Público Estadual (MPE), Lucena era proprietário de uma oficina na avenida Tenente Coronel Duarte. No dia 27 de dezembro de 1991, o adolescente Pedro César Scherner, 17 anos, levou o carro da família para que fosse realizado um reparo no escapamento do veículo. Um dia depois, eles iriam realizar a viagem de férias da família.

Um desacerto no valor cobrado pelo serviço – o acusado cobrou pessoalmente um valor maior do que o combinado por telefone – motivou uma discussão. Bastante assustado, o jovem telefonou para o pai, o professor universitário Dário Luís Scherner, 45 anos, para resolver a situação.

Após tentar intermediar um acordo, o professor avisou a Lucena que estava desistindo do serviço. Foi quando o dono da oficina sacou um revólver e matou Dário com cinco tiros. Pedro tentou salvar o pai e também foi alvejado. Os dois tentaram se arrastar para o lado de fora da empresa, mas morreram pouco tempo depois.

O crime desestruturou a família Scherner, que desde a data da execução busca formas de levar o acusado a julgamento. A fisioterapeuta Giovana Scherner, por exemplo, chegou a concluir o curso de Direito e ingressar na Polícia Civil. Outro filho do professor, o publicitário Dário César Scherner produziu um documentário destacando a falta de punição ao acusado.

Depois do crime, Lucena ficou foragido por 17 anos, morando em Osasco, município da região metropolitana de São Paulo, onde viveu sob identidade falsa. Ele foi localizado após operação da Polícia Civil de Mato Grosso antes que o crime prescrevesse.

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