Acusado de integrar uma quadrilha que fraudava apólices de seguros, em Sorriso, Adomires Soares Sampaio, vulgo “Mandioca”, foi condenado, durante júri popular, a 14 anos e seis meses de reclusão, pelo crime de homicídio triplamente qualificado praticado contra Ademir Hoffmann. O motivo do homicídio, segundo o Ministério Público, foi o recebimento de prêmio de seguro. A condenação foi na sexta-feira e a informação foi confirmada esta manhã.
Além do réu, que já foi diretor da cadeia de Sorriso, também integram a quadrilha Eliomar Deitos, Genivaldo Ferreira dos Santos, Gerson José dos Santos e Gilson Ferreira dos Santos. O grupo, que integrou a quadrilha que realizava atividades conhecidas como “golpe do seguro”, foi denunciado pelo Ministério Público, mas os processos foram desmembrados.
No júri, a tese defendida pelo Ministério Público de que o crime foi cometido por motivo torpe, mediante asfixia e dissimulação foi acolhida pelos jurados. Consta na denúncia, que a quadrilha, da qual o réu fazia parte, convencia as vítimas a celebrarem junto a instituições financeiras contrato de seguro de vida pessoal figurando como beneficiários do prêmio parte dos integrantes do bando que matavam as vítimas e recebiam o seguro.
Segundo o Ministério Público, a vítima Ademir Hoffmann era sócia de Eliomar Deitos no ramo da construção civil e possuía seguro de vida, cujos beneficiários eram o próprio sócio e a sua mãe, sendo 50% para cada um. Para ter a confiança da vítima, o réu também contratou seguro de vida deixando-a como beneficiária de 50%.
No dia do crime, conforme o MPE, Ademir Hoffmann foi convidado a participar de uma pescaria com o grupo no Rio Teles Pires. Para não levantar suspeitas, o irmão da vítima também foi convidado para o passeio. Ocorre que, em um determinado momento, eles pediram para que o mesmo fosse, juntamente com um dos integrantes do bando, até Sorriso buscar mais bebidas.
“Aproveitando a sua ausência, os denunciados Adomires e Genivaldo mataram a vítima, simulando um afogamento acidental”, informou o MPE. Consta na denúncia que, após a execução do crime, Eliomar Deitos levantou sua parte no seguro de vida e com a participação de outras duas pessoas falsificou o RG em nome da mãe da vítima para possibilitar o levantamento da outra parte do seguro.