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Cinco corintianos que estavam presos na Bolívia chegam ao Brasil

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Após quase seis meses presos em Oruro, na Bolívia, os cinco corintianos que permaneciam detidos no país, acusados de envolvimento na morte do adolescente boliviano Kevin Espada, retornaram hoje (3) ao Brasil. Eles desembarcaram às 14h no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em Cumbica. Os torcedores foram recebidos por um grupo de aproximadamente 100 pessoas, entre parentes e membros da torcida organizada Gaviões da Fiel.

No desembarque, o torcedor Marco Aurélio Ferreira viu pela primeira vez o filho Pedro Henrique, de 3 meses. "Eu estava grávida de sete meses quando ele viajou para a Bolívia. Hoje, finalmente, ele vai conhecer o nosso filho. Foi um pesadelo viver esses últimos meses. Agora acabou", disse Ivone Araújo. "Não via a hora de chegar esse momento. No dia que ele nasceu, por coincidência, durante a noite não consegui dormir, quando liguei de manhã veio a notícia", disse ferreira, casado há nove anos com Ivone.

O Ministério da Justiça informou na noite de ontem (2) que os torcedores retornariam ao Brasil hoje. A Justiça boliviana decidiu libertar os cinco brasileiros, que fazem parte do grupo de 12 corintianos acusados pela morte de Kevin Spada, atingido por um sinalizador, durante um jogo entre o Corinthians e o San José, válido pela Taça Libertadores da América, em Oruro, na Bolívia. Sete torcedores foram libertados no começo de junho.

Na semana passada, o Ministério Público boliviano emitiu parecer pela libertação dos brasileiros, após concluir que não havia provas para condená-los. A família de Kevin Espada e o San José entraram com recursos, mas as tentativas de reverter a decisão foram derrubadas ontem pela Justiça da Bolívia, segundo nota do governo brasileiro.

O reencontro da auxiliar de laboratório Francisca Elizário de Oliveira com o filho Leandro Silva, 21 anos, também era aguardado por toda a família. "Ele me ajudava muito no cuidado com os irmãos mais novos, desde que o pai dele morreu. Meu filho fez muita falta", relatou. Mesmo falando por telefone com a mãe todos dias desde fevereiro, Leandro matou a saudade com um abraço apertado. "Não tem explicação este momento. Nem sei direito por onde recomeçar agora. Está tudo mudado", disse ele.

Adauto Oliveira, representante da Diretoria Executiva da Gaviões da Fiel, da qual fazem parte os torcedores, disse que, embora o momento seja de grande felicidade, eles não pretendem comemorar em respeito à família do adolescente boliviano. "Desde a chegada dos sete corintianos, a alegria por estarmos reintegrando os nossos amigos é muito grande, até pelo fato da comprovação da inocência de todos eles. Mas, infelizmente, existe o outro lado da moeda que é a fatalidade que ocorreu com o Kevin", declarou.

Ele disse ainda que o episódio deve servir de lição para que novas tragédias como esta não ocorram mais. "A gente vive do futebol e a gente não compactua com nenhum tipo de atitude que chegue a esse ponto. A liderança da Gaviões se reúne de 15 em 15 dias com novos associados e a gente tenta orientar o torcedor para que não aconteça nenhum tipo de situação como essa", apontou.

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