Uma quadrilha que praticou 53 roubos em 45 dias, em Várzea Grande, foi desarticulada durante a operação "Tormenta", deflagrada, esta manhã, pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), com apoio de outras delegacias de Várzea Grande e Cuiabá e Gerência de Operações Especiais (GOE). Nove dos 13 integrantes da quadrilha foram presos. Quatro suspeitos ainda estão foragidos.
Todos tiveram mandados de prisão temporária decretados pela Justiça e terão pedido de prisão preventiva representados pelo delegado Wagner Bassi e o delegado Francisco Kunze, coordenadores da operação. Ainda na operação foram cumpridos sete ordens de busca e apreensão.
As investigações iniciaram em fevereiro deste ano, com a prisão do principal líder da quadrilha, T.R.S., 20 anos. A quadrilha chefiada pelo jovem e seu comparsa D.G.C.S., 20 anos, aterrorizava a cidade com uma onda de roubos a mão armada em comércio e residências, de onde levaram produtos, dinheiro e joias.
Estimativa da Delegacia aponta que a quadrilha praticaria 213 assaltos até o final deste ano, se não fosse desarticulada. Por isso o nome da operação "Tormenta". "O que mais chama atenção é a quantidade de roubos praticado pela quadrilha, que chega a cometer mais de um por dia", disse o delegado Wagner Bassi.
De acordo com as investigações, a quadrilha adquiria armas cometendo roubos em empresas de segurança privada. "Eles praticavam esses crimes de forma planejada, principalmente com identificação de pontos comerciais e residenciais em que haviam elevados valores, veículos e joias", disse o delegado.
Para capitanear dinheiro rápido, a quadrilha também roubava motocicletas e depois exigia "resgate" das vítimas para restituição. Conforme o delegado, a quadrilha contava ainda com apoio de rádios comunicadores nas frequências das Polícias Civil e Militar. "Assim, durante os crimes, monitoravam a ação policial e impediam que fossem presos", destacou.
De acordo com as investigações, os criminosos agiam com extrema violência. Em um dos roubos, cometido em um mercado, no dia 7 do mês passado, no bairro Jardim Glória, os criminosos chegaram a efetuar disparos com arma de fogo, atingindo a vítima, que foi socorrida e sobreviveu.
Conforme Bassi, a audácia da quadrilha chegou ao ponto de invadir o canteiro de obras da Arena Pantanal, na madrugada do dia 7 do mês passado, e roubar a arma de fogo de um dos seguranças da obra. "Essa arma depois foi utilizada em outros roubos", disse o delegado.
"Acredita-se que o desmantelamento da quadrilha causará impacto positivo nos índices de criminalidade de Várzea Grande", analisa o delegado titular da Derf, Francisco Kunze.
A operação mobilizou 51 policiais civis (6 delegados, 41 investigadores e 4 escrivães).