Os radialistas de Cuiabá ingressaram com denúncia junto ao Ministério Público Estadual (MPE), através da Ouvidoria e de carta coletiva, para impugnar o edital do concurso público lançado nesta semana pela Assembleia Legislativa. Através de grupo criado por uma rede social, os radialistas se organizaram para pedir a impugnação do edital, que para as vagas de radialista, estipula a obrigatoriedade apenas de ensino médio completo, desconsiderando os profissionais formados pelo curso de Rádio e TV, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Conforme a radialista Helena Gentile formada pela UFMT, "o grupo foi criado em virtude da indignação que os profissionais de radialismo sentiram diante da publicação do edital de concurso público promovido pela Assembleia Legislativa que ignora a existência da nossa categoria profissional. Se nós profissionais nos calarmos estaremos contribuindo para que esse desrespeito se perpetue".
Carta coletiva foi encaminhada, ontem à tarde, para o MPE. Conforme a legislação, o MPE deve se manifestar no prazo de 30 dias, sendo que a Ouvidoria iria registrar a necessidade de urgência. No grupo, os radialistas pedem para que todos os profissionais registrem denúncia junto à Ouvidoria, para acelerar o processo e demonstrar que a classe está unida contra o edital.
A radialista Fernanda Nabarrete agradeceu a assinatura de todos que apoiaram a denúncia, principalmente, da própria UFMT. "Tivemos apoio não apenas dos alunos e graduados do curso, mas como da coordenação de Radialismo e do Departamento de Comunicação. Infelizmente nem todos que gostariam conseguiram assinar, mas estão sendo representados na carta, porém, quem não conseguiu assinar pode fazer a denúncia via fone (127) ou pelo site mesmo http://www.mpmt.mp.br/", ressaltou.
Conforme o edital do concurso público da Assembleia Legislativa, em que foram abertas 430 vagas, para as áreas de comunicação social, entre outras, os radialistas deverão apresentar certificado de nível médio completo, fornecido por instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).
O concurso estipula que dentre as atividades realizadas pelos radialistas constam "apresentação de programas de rádio, ancorar programas, noticiar fatos, ler textos no ar, redigir notícias, narrar eventos esportivos, políticos e culturais, tecer comentários sobre os mesmos e fazer a locução de anúncios publicitários; entrevistar pessoas; anunciar programação; preparar conteúdo para apresentação, pautar o texto, checando suas informações; executar outras atividades correlatas e afins".
A remuneração prevista para a função é de R$ 2.286,22, com jornada de trabalho de 30 horas semanais.