A comarca de Vila Rica (região Nordeste) presenciou, nesta semana, o primeiro julgamento de um índio pelo Tribunal de Júri. Depois de 5h, o índio Simonia Karajá, da Aldeia Macaúba (TO), foi condenado há 12 anos de prisão pelo assassinato de Xirohana Karajá, da mesma aldeia.
O crime ocorreu em 12 de maio de 2011, no município de Santa Terezinha, às margens do rio Araguaia, por isso o crime foi julgado em Mato Grosso. Na ocasião, tanto o acusado quanto a vítima estavam no local em companhia de mais alguns índios da aldeia ingerindo bebida alcoólica. Houve uma briga e todos foram embora, exceto Simonia e Xirohana, que novamente travaram luta corporal, desta vez ao disputar uma garrafa de pinga.
O réu já havia confessado em oportunidades anteriores que durante a briga deu vários socos na cabeça da vítima até ele cair com a face dentro da água. Então Simonia decidiu ir embora, porque sabia que a vítima iria morrer.
A sentença foi proferida pelo juiz Ivan Lúcio Amarantes e repercutiu positivamente na comunidade local. O magistrado afirma que o réu era alfabetizado e possuía documentos pessoais. Também durante o Tribunal de Júri ele foi acompanhado por dois procuradores federais e ainda por um representante da Fundação Nacional de Justiça.