A Justiça Federal autorizou o repasse à União do dinheiro apreendido com dois membros do Partido dos Trabalhadores (PT) que tentavam comprar um "dossiê", às vésperas das eleições presidenciais de 2006. O valor apreendido é de R$ 1,7 milhão e o caso ficou nacionalmente conhecido como o escândalo dos "aloprados", termo utilizado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato à reeleição.
O valor foi apreendido em operação realizada pela Polícia Federal mato-grossense em um hotel, em São Paulo, e envolvia Gedimar Pereira Passos, que trabalhava na campanha para reeleição do ex-presidente Lula, e Valdebran Padilha, arrecadador da campanha do PT à Prefeitura de Cuiabá, em 2004.
O Ministério Público Federal em Mato Grosso apontou, em ação, que o valor seria usado para a compra de um suposto dossiê que revelaria o envolvimento do então candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), com a organização criminosa que ficou conhecida como "máfia dos sanguessugas", de compra de ambulâncias superfaturadas.
A decisão de reverter o dinheiro para a União se baseou no fato de que ninguém reivindicou a propriedade do valor. Até hoje o caso é envolvido em mistério e a origem do montante continua desconhecida.
De acordo com a Folha de São Paulo, a Justiça Federal aceitou denúncia contra nove pessoas por crime contra o sistema financeiro, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.