Cerca de 4 mil pessoas participaram da manifestação realizada, esta tarde, em Várzea Grande, aponta a Polícia Militar. A maioria era estudantes, mas entre a multidão também estavam famílias, profissionais liberais e funcionários públicos, que saíram em caminhada do ginásio Fiotão, percorreram duas das principais avenidas da cidade: a Filinto Muller e a Alzira Santana que juntas, concentram grande quantidade de lojas e estabelecimentos comerciais dos mais variados segmentos.
Apesar da manifestação ter ocorrido do forma pacífica, um grupo promoveu muita baderna com explosão de dezenas de bombas no meio da rua e até da multidão, além de muitas pedras que foram lançadas nos vidros da prefeitura. Uma jovem também foi atingida por um pedrada. No trajeto de ida, um adolescente foi apreendido porque portava fogos de artifício.
O protesto foi contra a falta de investimentos na saúde, na educação e a onda de corrupção que atinge o país. Outra pauta da manifestação era protestar contra um vereador do PSC que chegou a falar na câmara que a polícia deveria "baixar o porrete" nos manifestantes.
O trajeto até a prefeitura foi percorrido em cerca de 1h20. Parte dos estabelecimentos comerciais já estavam fechados. A filial de uma rede de supermercados fechou as portas enquanto o grupo passava. O gerente, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que a empresa apoia o movimento e por isso fechou as portas. "Fechamos para garantir a integridade física de todos, principalmente dos nossos clientes e funcionários, pois mesmo o movimento sendo pacífico, sempre tem um pequeno grupo disposto a causar baderna e provocar danos em estabelecimentos", disse ele.
Já no Paço Couto Magalhães, os manifestantes se concentraram em frente a porta da prefeitura. Uma barreira composta por cerca de 10 homens da Guarda Municipal impedia que os ativistas se aproximassem. Os manifestantes, gritaram palavras de ordem, "Abaixo a violência, "I ferrou, Várzea Grande acordou". Eles também bradaram palavras de ordem contra um carro de som que acompanhou o ato e estacionou na rua em frente da aglomeração permanecendo com o som ligado. A principal cobrança no local foi em relação ao passe livre que não existe no município, pois estudantes precisam pagar a metade da passagem, uma vez que o prefeito só custeia 50% do preço da tarifa estudantil.
Em coro, os ativistas gritavam palavras de ordem contra o prefeito Walace Guimarães (PMDB) que segundo eles, prometeu o passe livre, mas não cumpriu. "E, e, e, cadê o passe livre que o prefeito prometeu", bradavam empunhando cartazes e faixas. Entre os manifestantes também haviam faixas protestando contra a educação, contra a PEC 37, contra corrupção entre outros.
Coordenador de Comunicação Social da PM, o tenente-coronel Paulo Ferreira Serbija Filho, informou no início da passeata que um efetivo de 100 policiais militares e 13 viaturas foram colocados na rua para acompanhar a manifestação, garantir a segurança de todos e "manter a ordem". A Guarda Municipal também marcou presença com cerca de 30 agentes. Ele disse que não haviam sido identificadas lideranças do ato, mas os oficiais pediam aos ativistas que denunciassem qualquer manifestante que agisse com vandalismo. "Eles estão exercendo o direito democrático de se manifestarem e nós vamos garantir isso", disse Serbija. Segundo o oficial, no começo do movimento haviam cerca de 1,5 mil pessoas, mas ao final na concentração na prefeitura esse número, segundo ele, subiu para cerca de 4 mil participantes