Em pouco mais de um mês, a Justiça do Trabalho de Mato Grosso já realizou 200 audiências na ação de consignação em pagamento ajuizada por uma rede de supermercado de Cuiabá. Desta forma, foram garantidos o pagamento de R$ 792.027,09 aos cerca de 200 trabalhadores envolvidos no processo.
Como a maioria dos ex-empregados não conta com advogado, a juíza da Coordenadoria de Apoio à Execução do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-MT), Laiz Alcântara Pereira, tem tido o cuidado de explicar a todos eles como funciona a ação, dizendo que as verbas rescisórias já deveriam ter sido pagas e à vista, mas que a empresa irá pagar parceladamente devido a empresa estar em recuperação judicial. Ela também explica que, apesar disso, o fato de aceitar a proposta nesta ação não impede o trabalhador de reclamar outros direitos ou diferenças em um novo processo.
De acordo com a magistrada e o secretário de audiência, Ítalo Lima, as audiências têm ocorrido de forma tranquila. Até agora, somente uma trabalhadora não aceitou o acordo e prosseguiu com a ação. A previsão é de que as audiências ocorram até 21 de junho.
Um pequeno entrave para o pagamento têm sido a falta de conta bancária de alguns trabalhadores, pois a conta-salário não pode ser utilizada para este tipo de pagamento, o que tem sido resolvido com a possibilidade de uso da conta de alguém de confiança do trabalhador ou de abertura de conta judicial. Esse foi o caso de um jovem, 21 anos, que trabalhou durante quase um ano e meio como armazenista no Centro de Distribuição do Modelo. Ele conta que a empresa comunicou que haveria cortes de gastos devido a uma crise financeira. Com isso, ele e outros quatro colegas foram demitidos. Na época, a empresa avisou que faria o pagamento dos dividendos na Justiça e que os ex-funcionários deveriam esperar a notificação.