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Sinop: ex-secretário de Saúde discorda de relatório da CPI que aponta má gestão

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O ex-secretário de Saúde, Mauri Rodrigues de Lima, disse, há pouco, que discorda “totalmente” do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apontou má gestão no caso dos remédios vencidos no almoxarifado da secretaria. O ex gestor disse, ao Só Notícias, que prefere aguardar para “tomar conhecimento do relatório, mas não há absolutamente nada que prove que houve má gestão enquanto fui secretário. Vou fazer o que for legalmente possível para contrariar esta afirmação”, declarou.

O secretário atual, Francisco Specian Júnior, também foi procurado para comentar a decisão, mas disse que por enquanto não sabe “nada sobre o relatório da CPI. Vou me informar e entro em contato”.

Conforme Só Notícias já informou, foram apontados indícios de negligência, tanto na compra quanto na distribuição, e de prevaricação (no caso do funcionalismo público, ato de retardar ou deixar de fazer o trabalho). A assessoria informou, esta tarde, que os vereadores integrantes da comissão chegaram a conclusão que “não houve má fé” por parte de Specian ou Mauri, entretanto apontou “má gestão” de ambos. O relatório mostrou ainda como possíveis fatores que contribuíram para as perdas o programa de software de controle interno sendo inadequado e que deve ser trocado. Também apontou falta de efetivo, principalmente de profissionais na área de farmácia, problema que deve ser sanado com a realização de concurso público para contratação de funcionários específicos para as áreas disponibilizadas na central, compartilhamento de dados (estoque, entrada e saída de medicamentos) com a câmara e a criação de uma ouvidoria especialmente para a saúde.

Para chegar as conclusões os vereadores fizeram visitas à Central de Apoio Logístico, ouviram servidores e analisaram inúmeros documentos. Foram 60 dias de investigação que resultou em um documento com 600 páginas, incluindo os anexos. Tudo serviu de base para a elaboração do relatório. “Não cabe à CPI punir e apontar culpados, mas de investigar. Fizemos um trabalho de investigação, onde apuramos as prováveis causas que levaram as perdas dos remédios, mas também apontamos problemas e o que pode ser feito para que isso não volte a ocorrer”, destacou o presidente da comissão, o vereador Carlão.

O relatório será enviado para os Ministérios Públicos Estadual (MPE) e Federal (MPF), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e prefeitura.

A CPI foi criada em outubro após a ex-vereadora Zeila Benevides (PSDB) realizar as denúncias sobre os medicamentos vencidos. Segundo a acusação, 12 mil frascos do remédio sulfametoxazol (usado para tratar infecções bacterianas), foram comprados e nove mil deles venceram no depósito, além de outras que também perderam o prazo de validade. Um prejuízo de mais de R$ 10 mil aos cofres públicos.

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