Os dois vereadores de Nova Ubiratã, Reinaldo de Freitas e José Itamar Marcondes, denunciados pelo Ministério Público Estadual por tráfico de drogas, foram condenados, cada um, a dez anos e quatro meses de prisão. A sentença foi proferida ontem. Os dois foram presos em julho, em Nova Ubiratã, e desde então estão recolhidos no Centro de Ressocialização de Sorriso.
“As práticas atribuídas aos denunciados representam fator de grave destabilização da ordem pública, pois além de se dedicarem às condutas acima (tráfico de drogas), chegaram a ponto de cogitar o assassinato de policiais militares, os quais estariam obstaculizando a venda de drogas na Comarca”, destacou o juiz Jacob Sauer, em um trecho da sentença.
Segundo o promotor Carlos Roberto Zarour, as prisões dos vereadores ocorreram durante operação realizada pelo Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Justiça do município e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Os réus chegaram a impetrar habeas corpus até mesmo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas não obtiveram êxito.
Além dos parlamentares, também foram condenados Alexsandro Almeida Miranda (10 anos e quatro meses de reclusão); Geovane Melo Silva (05 anos e quatro meses de reclusão); Iago Vinícius de Santos Silva (09 anos de reclusão); e Neimar Gilberto Sousa Rosa (04 anos e quatro meses de reclusão);
Constou no processo, que integrantes do grupo chegaram a oferecer uma quantia de R$ 15 mil para a execução de policiais militares que atuavam no caso e praticaram de forma reiterada os crimes de tráfico de drogas previstos no artigo 33 da Lei 11.343/06. Além da venda de entorpecente, eles adquiriram, prepararam, transportaram, armazenaram e ofereceram o produto para consumo.
Os entorpecentes, conforme denúncia do Ministério Público, eram adquiridos em Cuiabá e Sorriso e guardados em um depósito que funcionava dentro de estabelecimento comercial, na cidade de Nova Ubiratã. O local era utilizado como ponto de encontro dos traficantes que, sob o pretexto de cortar o cabelo, se reuniam para preparar e combinar a venda dos entorpecentes. Para isso, menores eram cooptados para fazer a distribuição.
Conforme o Ministério Público, a quadrilha começou a ser desbaratada com a operação “Pistolagem em Neve Branca” realizada pela Polícia Judiciária Civil em parceria com a Polícia Militar.